Eletricitários e movimentos sociais protestaram contra a venda da estatal, promovida pelo Governo de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
[Da Comunicação da FUP, com informações da CUT]
O 14 de junho entrará para a história do Brasil como um dia de tristeza e revolta. O governo de Jair Bolsonaro entregou oficialmente a Eletrobras para o mercado financeiro, apesar dos alertas de que a empresa foi vendida a preço de banana, com interesses escusos e mal esclarecidos. No Brasil atual, terra arrasada gerada pelo governo Bolsonaro onde mais de 33 milhões de pessoas passam fome, a venda do coração do Setor Elétrico Brasileiro não teve grande impacto, nem na mídia nem nas ruas, mesmo sendo que a conta será paga por todos os brasileiros e brasileiras, pois há há estudos que comprovam que haverá aumentos significativos do preço das tarifas de energia.
Mas os eletricitários, petroleiros e movimentos sociais realizaram atos em várias regiões do Brasil repudiando a venda. Pela manhã, representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) que integram a Brigada Petroleira que articula em Brasília a resistência contra a privatização da Petrobrás estiveram ao lado de eletricitários num ato contra a venda da Eletrobrás, frente à sede da Eletronorte, que também contou com a participação de bancários, professores, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Distrito Federal.
Em São Paulo, as atividades foram em frente ao prédio da Bolsa de Valores, local onde o crime de lesa-pátria que representa essa privatização foi consumado. No ato foram distribuídos panfletos à população explicando os impactos da venda da Eletrobras. Com caixa de som, sindicalistas e ativistas afirmaram que a luta não acabou e agora é pela reestatização. A expectativa é que Bolsonaro seja retirado da cadeira de presidente da República pelo voto.
O engenheiro da Eletrobras e diretor do Coletivo Nacional de Eletricitários, Ikaro Chaves, enrolado numa bandeira do Brasil, tentou protestar contra a presença de Bolsonaro, que havia entrado no prédio minutos antes sem ser visto pela população, mas foi retirado pelos seguranças. As ruas do entorno, no centro de São Paulo, estavam policiadas e cercadas com grades.
Antes, porém, o dirigente falou ao portal CUT sobre os próximos passos da categoria.
“Os trabalhadores do setor elétrico, a sociedade civil organizada e os partidos de oposição lutam há cinco anos, desde o governo de Michel Temer, contra a privatização. Mas lamentavelmente a truculência do governo Bolsonaro não tem limites, privatizou a empresa mesmo descumprindo promessa de campanha e a população se posicionando contra a privatização”, disse Ikaro. Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro havia prometido que não venderia a Eletrobras. Mais uma vez, mentiu.