Greve dos ‘tanqueiros’: FUP considera justa e legítima mobilização contra preços abusivos dos combustíveis

Pauta de reivindicações cobra a revisão da política de preços de paridade de importação, que a FUP e seus sindicatos denunciam há anos. Os reajustes intermitentes e abusivos dos preços do óleo diesel e da gasolina impactam diretamente no custo de vida do povo brasileiro

[Com informações das agências de notícias | Foto: divulgação]

Transportadores de combustíveis, os chamados tanqueiros, iniciaram paralisação na madrugada desta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, cujo movimento avançou para outros cinco estados, segundo informaram as associações de transportadoras de combustíveis e derivados. A principal pauta da categoria é a redução dos preços do diesel, gás de cozinha, gasolina e outros derivados do petróleo, conforme publicou o portal Poder360.

No Rio, aproximadamente 1.500 veículos de 300 companhias pararam. Os protestos se concentram na base de Campos Elíseos, próximo à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). Motoristas de Minas Gerais também aderiram à mobilização, parando 800 caminhões em Betim, na entrada da BR Distribuidora, ao lado da Refinaria Gabriel Passos (Regap), e das principais distribuidoras de combustíveis, como Shell, Ipiranga e Ale.

As associações de transportadoras informaram que há paralisação de cargas também em São Paulo, na região de Paulínia, no entorno da refinaria da Petrobras (Replan), bem como no Espírito Santo, em Goiás e em parte da Bahia.


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A paralisação acontece dias antes da greve dos caminhoneiros, prevista paraser deflagrada a partir do dia 1º de novembro. Para a FUP e seus sindicatos, a mobilização é justa e legítima, já que contesta os preços abusivos do óleo diesel, da gasolina, e do etanol, que impacta diretamente a inflação e o custo de vida do povo brasileiro.

“Os seguidos reajustes nos preços dos combustíveis são consequência da equivocada política de Preço de Paridade de Importação (PPI), adotada pela gestão da Petrobrás e mantida pelo governo Bolsonaro, que se baseia nas cotações internacionais do petróleo, na variação do dólar e nos custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo, ou seja, tendo grande parte de seus custos em real”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Ele ressalta que, enquanto o PPI não mudar, “a inflação, que já supera 10% em doze meses, vai continuar sua cruel trajetória de alta, impulsionada pelos combustíveis e gás de cozinha, cujo preço do botijão de 13 quilos já supera R$ 100,00, equivalente a cerca de 10% do salário-mínimo”.

 


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