Em entrevista à TV 247, o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, classificou como locaute os bloqueios de rodovias feitos pelos caminhoneiros que participam dos atos antidemocráticos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro. “Nós que somos democratas precisamos estar atentos e alertas para que possamos denunciar esses atos, locaute é crime”, afirmou o petroleiro, frisando que a ação desses caminhoneiros é patrocinada pelos grupos que apoiam a “escalada golpista orquestrada pelo presidente Bolsonaro, com apoio da agroindústria”.
Segundo informações das agências de notícias e do próprio Ministério de Infraestrutura, rodovias federais de 15 estados do país sofreram interdições após o 7 de setembro, com pontos ainda bloqueados na manhã desta quinta-feira, 09, pelo grupo que se autointitula “Caminhoneiros patriotas” , que tem como pauta a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o coordenador da FUP, é preciso “separar o joio do trigo”, ao condenar o movimento deste grupo de caminhoneiros, cuja pauta nada tem a ver com a luta legítima por melhores condições de trabalho e preços justos para os combustíveis. “Nós sempre apoiamos a luta dos trabalhadores, sejam eles caminhoneiros celetistas ou caminhoneiros autônomos que lutam por preço justo para o frete mínimo e para os combustíveis, que denunciam os prejuízos da política de Preço de Paridade de Importação, o PPI, que é também uma luta nossa. Isso é uma coisa. É preciso separar a luta desses trabalhadores dos golpistas, daqueles que pedem intervenção militar e recebem dinheiro do agronegócio para promover atos antidemocráticos”, afirmou Deyvid.
Segundo boletim divulgado pelo Ministério de Infraestrutura, o locaute dos caminhoneiros bloqueou rodovias federais nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará. A Agência de Notícias Reuters informou que hoje pela manhã, ainda havia pontos de interdições nesses 15 estados, mesmo após a divulgação de um áudio do presidente Bolsonaro pedindo a desmobilização do movimento.
[Imprensa da FUP, com informações de agências de notícias]