Petroleiros de Campinas decidem cortar apoio operacional e retomar mobilizações na Replan

Decisão foi aprovada em assembleias, após gestão da maior refinaria da Petrobrás se negar a avançar nas negociações das pautas apresentadas pelos trabalhadores

[Da imprensa do Sindipetro Unificado SP]

Na última sexta-feira (3), a direção do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) enviou um ofício à gestão da Refinaria de Paulínia (Replan) – a maior do Sistema Petrobrás em capacidade de processamento de petróleo –, no qual informa o resultado das assembleias realizadas entre os dias 18 e 31 de agosto.

Após uma rodada de discussões, os trabalhadores aprovaram readequações nas pautas que já haviam sido aprovadas no último movimento grevista da categoria, suspenso em abril após indicação de negociação por parte da Petrobrás.

Elas incluem a questão do número mínimo – nos últimos anos, a gestão da refinaria não tem respeitado o contingente mínimo de trabalhadores para a unidade operar em segurança –; pagamento das homologações; extinção do saldo AF; definição de critérios objetivos para mudança de ênfase e transferências; restituição integral dos valores cobrados e fim dos descontos da AMS até o encerramento das negociações; manutenção das atividades executadas por trabalhadores próprios e fim das terceirizações; elaboração de um plano com a participação do Sindipetro-SP sobre segurança operacional; e reversão das advertências ou punições aos trabalhadores por participarem de assembleias ou movimentos grevistas.

Além disso, os petroleiros decidiram coletivamente cortar os apoios operacionais a partir do dia 8 de setembro, na próxima quarta-feira. Como alguns grupos não possuem o número mínimo exigido pelos critérios de segurança, os trabalhadores têm se auto-organizado voluntariamente para trabalhar em suas folgas como apoios e, assim, garantir o bom funcionamento da equipe e, consequentemente, da unidade.

Entretanto, mesmo com esses apoios, alguns grupos têm atuado abaixo do número mínimo estabelecido para os serviços que são responsáveis. Por isso, o Sindipetro-SP propôs algumas alternativas, mas nenhuma delas avançou por intransigência da gestão da Replan.

Como forma de protesto, os trabalhadores decidiram suspender todos os apoios pelo prazo máximo de 35 dias. Com isso, esperam que os gestores da Petrobrás abram negociação em relação às pautas apresentadas.

Histórico

No final de abril, após mais de um mês de mobilizações grevistas em todas as bases do Sindipetro-SP, incluindo a Refinaria de Capuava (Recap), a Petrobrás aceitou abrir negociação com os trabalhadores. Além disso, aceitou normalizar os salários, que haviam sido retidos em um atitude inédita de desrespeito ao direito de greve e manifestação.

Desde então, houve algumas reuniões entre a Petrobrás e diretores do Sindipetro-SP, mas não houve praticamente nenhum avanço nas demandas apresentadas. Por isso, as assembleias realizadas no mês de agosto também indicaram a retomada das mobilizações.