Rosângela Buzanelli, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, explica por que votou contra a venda da Refinaria de Manaus. “A venda da Reman significa entregar o refino de petróleo e toda uma logística de armazenamento e distribuição não apenas ao monopólio privado, mas à principal concorrente da Petrobrás na região. É a desintegração da empresa no Norte do país, para sua saída definitiva”, afirmou. Leia a nota da conselheira:
[Do blog de Rosângela Buzanelli]
Nesta quarta-feira, 25 de agosto de 2021, o Conselho de Administração da Petrobrás aprovou, por maioria, com meu voto contrário, a assinatura do contrato de compra e venda da Refinaria Issac Sabbá, a Reman localizada em Manaus.
Construída pelo industrial Isaac Benayon Sabbá e inaugurada em 1957 por Juscelino Kubtscheck, ela foi estatizada na década de 70.
A Reman, com capacidade de processar 46 mil barris por dia de petróleo nacional, por decisão interna da companhia, trabalha atualmente com um fator médio de Utilização Efetivo (FUE) 69,13%.
A unidade produz grande diversidade de produtos e responde por cerca de 50% do abastecimento da região Norte, atendendo também os estados do Maranhão e Ceará. Atuando de forma integrada, recebe óleo e gás e do Polo de Urucu e é autossuficiente em energia. Possui tancagem com capacidade de 129.770 m³ para petróleo e de 258.537 m³ para derivados.
A produção da Reman e seus ativos logísticos são fundamentais para a competitividade da Petrobrás nesse setor, que representa 5% do mercado nacional
Um complexo integrado e valoroso construído com muito esforço ao longo de décadas pelo povo brasileiro e para o povo brasileiro.
A venda da Reman significa entregar o refino de petróleo e toda uma logística de armazenamento e distribuição não apenas ao monopólio privado, mas à principal concorrente da Petrobrás na região. É a desintegração da empresa no Norte do país, para sua saída definitiva.
A Petrobrás foi criada pelo governo brasileiro a partir da campanha “O petróleo é nosso” para garantir a produção e abastecimento de petróleo e derivados em todo o território nacional.
A política atual de privatizações de ativos estratégicos e rentáveis, baseada no “pilar” de maximização do retorno do investimento e dos lucros, desintegra e apequena a Petrobrás, reduzindo suas atividades tanto na diversificação quanto geograficamente, o que escancara o divórcio do atual governo e da gestão da companhia, com os princípios que fundaram a empresa, com o compromisso com o país e a sociedade brasileira.
O tamanho da Petrobrás é o tamanho do Brasil, não dos lucros almejados pelos investidores.