O aquecimento para a greve que os trabalhadores do Sistema Petrobrás estão realizando com uma série de mobilizações esta semana foi reforçado nesta quarta-feira,23, pelos petroleiros das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná e da Bahia, da Refinaria Grabriel Passos (Regap/MG), da Refinaria de Capuava (Recap/SP), dos terminais de Guaramirim e Itajaí, em Santa Catarina, e pelos trabalhadores do administrativo da Refinaria Presidente Vargas (Repar/PR). As mobilizações prosseguem na Refinaria Duque de Caxias (Reduc/RJ), onde os trabalhadores seguem cortando a rendição dos turnos em períodos intercalados.
Desde segunda-feira, 21, os sindicatos da FUP estão mobilizando os petroleiros, numa preparação para a greve que a categoria aprovou para barrar o desmonte da Petrobrás. As mobilizações prosseguem nesta quinta, 24, com concentrações, atrasos, cortes de rendição dos turnos e outras formas de protestos. Os sindicatos também estão convocando os trabalhadores para os seminários regionais de qualificação de greve, que irão discutir estratégias de controle de produção para serem adotadas durante o movimento.
Saiba mais sobre as mobilizações desta quarta-feira:
Trabalhadores da Regap (MG) se mobilizam para greve com controle de produção
Trabalhadores da Fafen Bahia param em mais uma mobilização para construção da greve dos petroleiros
Redução dos preços dos combustíveis é um dos eixos da greve
A greve dos petroleiros é uma resposta à privatização da Petrobrás, que avança agora sobre as refinarias, fábricas de fertilizantes, terminais e dutos da Transpetro. O aumento diário dos preços da gasolina e do diesel faz parte do pacote de desmonte que a empresa vem sofrendo nestes dois anos de golpe.
Para atender aos interesses do mercado e das importadoras de combustíveis, a gestão Pedro Parente passou a determinar os preços dos derivados nas refinarias de acordo com a variação do barril de petróleo, sem estabelecer qualquer mecanismo de proteção para o consumidor e deixando o país ainda mais vulnerável às crises internacionais. Só no último ano, ele aumentou os preços da gasolina e do diesel em mais de 50% e, paralelamente a isso, reduziu a carga das refinarias, que estão operando com menos de 75% da capacidade em várias regiões do País.
Quem ganha com isso são as importadoras de combustíveis. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de derivados importados, enquanto o petróleo produzido no País é exportado para ser refinado lá fora e depois trazido de volta pelas empresas que concorrem com a Petrobrás. Pedro Parente entregou às importadoras o mercado nacional e agora quer entregar também as refinarias junto com a estrutura de logística para distribuição de derivados (dutos e terminais), desnacionalizando cada vez mais o setor.
A greve dos petroleiros é para barrar esse desmonte. Entre os principais eixos do movimento estão a redução dos preços dos derivados de petróleo, a retomada da produção das refinarias e o fim das importações de combustíveis (saiba mais aqui).
Esquenta agita a categoria desde segunda
Na segunda-feira (21), petroleiros da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e da Usina do Xisto (SIX), no Paraná, realizaram atrasos e manifestações contra o desmonte da Petrobrás. Veja aqui e aqui como foram os atos.
Na terça, 22, os petroleiros da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no estado do Rio de Janeiro, iniciaram à zero hora cortes na rendição dos turnos em períodos intercalados. Saiba mais aqui.
No Paraná, as mobilizações de terça tiveram participação dos trabalhadores do Terminal Aquaviário da Transpetro em Paranaguá (Tepar) e do Grupo 5 da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), unidades que estão com a venda anunciada por Pedro Parente.
No Rio Grande do Norte, os trabalhadores estão participando de setoriais.
Na Bahia, foi a vez dos trabalhadores do Terminal de Madre de Deus (Temadre), que também está na lista de privatização, se mobilizarem na terça. Saiba mais aqui.
Em São Paulo, as mobilizações de terça foram com os petroleiros da Replan.
[FUP]