Durante reunião, (06/06), de Grupo de Trabalho que discute Planejamento Estratégico da Petrobrás, diretores da Federação Única dos Petroleiros chamaram atenção para a demora da empresa em unificar ações práticas mais operacionais, incluindo certas falas dos gestores, com as diretrizes do governo Lula que orientam para um processo de reconstrução de uma nova empresa. O retorno da Petrobrás como empresa estatal e importante para o país requer um discurso condizente com a prática. O fim do PPI e a paralisação de venda de ativos deram a partida nesse processo, mas há que apressar a valorização dos trabalhadores e a importância da sustentabilidade, assim como outras medidas que foram anunciadas.
A preocupação da FUP está principalmente na fala de alguns gestores da empresa que insistem em focar apenas nos ativos rentáveis. Enquanto que, é sabido do propósito de uma empresa estatal cumprir papel social, cuidar das desigualdades regionais além de promover o conteúdo local, de modo que, se alguns ativos não apresentarem resultados financeiros, em contrapartida, têm significativa importância regional. Sendo assim, a FUP, pediu que a Petrobras passe informações sobre o histórico do volume de investimentos totais feitos por estado, sobre investimentos em novas energias e também sobre projetos futuros com relação a parcerias junto às refinarias da Petrobrás.
Assunto caro: fertilizantes, petroquímica e FAFEN Paraná | Rodrigo Pexe e Ademir Jacinto, trabalhadores demitidos da FAFEN Paraná, pediram informações concretas com relação à data de retorno do funcionamento da fábrica de fertilizantes atualmente hibernada.
A Fafen-PR foi fechada pela Petrobrás em março de 2020, sob determinação do governo Bolsonaro. A medida causou a demissão de aproximadamente mil empregados, entre próprios e terceirizados. A unidade operava desde 1982 e era responsável pela produção de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia e 65% do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas. Sua reabertura vai contribuir para diminuir a dependência brasileira de fertilizantes nitrogenados importados e está alinhada com a reestruturação do setor de fertilizantes que garante a soberania alimentar do país. Também foi um dos compromissos assumidos pelo presidente Lula. Ele assinou o decreto que institui o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), responsável pela estruturação e implementação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).
O que impacta a vida dos trabalhadores, das comunidades e da população brasileira deve ser prioridade. A FUP elencou uma série de outras preocupações assim como solicitou informações para basear as próximas reuniões do GT: Como fica o pagamento dos dividendos aos acionistas e como isso implica nas disputas no Conselho de Administração? Como seguirão as discussões financeiras da empresa no que diz respeito à dívida e aos dividendos? A empresa vai voltar para a área de distribuição? As embarcações serão próprias ou afretadas? Como será a atuação da empresa fora do país? Quais os critérios para os investimentos em cultura?
Os representantes da empresa, presentes na reunião, assumiram o compromisso de levantar, e trazer para a próxima reunião do GT, todas as informações e repostas para os questionamentos que os diretores da FUP pontuaram.