Nesta segunda-feira, 29, ocorreu a primeira reunião do Grupo de Trabalho sobre diversidade. A Petrobrás apresentou os dados da empresa, demonstrando o empenho do departamento de Recursos Humanos em promover a diversidade em todas as áreas.
No entanto, apesar dos números e da boa vontade do setor, a direção da FUP ressaltou a predominância de rostos masculinos brancos em cargos de chefia na empresa, além do crescente número de assédio contra as mulheres petroleiras, principalmente as terceirizadas. E cobrou solução da empresa para reduzir de fato o assédio e incorporar na cultura empresarial o respeito e a diversidade no Sistema Petrobrás.
A diretora da FUP, Cibele Vieira, destacou que, mesmo com os esforços da empresa em realizar estudos e apoiar as funcionárias, ainda há muitas dificuldades enfrentadas por elas, como a falta de acomodações adequadas nos camarotes das plataformas, falta de prioridade na reforma de vestiários e banheiros, além do uniforme inadequado para corpos femininos.
O representante da Frente Petroleira LGBT, Tiago Franco, ressaltou a importância de programas de educação corporativa para promoção da diversidade e comunicação não violenta para superar a discriminação enfrentadas por LGBTs no Sistema Petrobrás, mas pleiteou a participação dos sindicatos nos comitês de diversidade que elaboram esses programas. Franco também cobrou urgência na adoção de atendimento humanizado para pessoas trans na AMS e Benefício Farmácia: “tem sido negado acesso a diversos procedimentos do processo transexualizador, como médicos especialistas, cirurgias e hormonioterapia.”
Raimundo Teles, diretor de SMS da Federação, emocionou a todos ao compartilhar sua história sobre o racismo sofrido por sua filha enquanto ela era gerente em uma grande loja de departamentos. Hoje, desafiando aqueles que a discriminaram devido à cor de sua pele, ela ocupa um cargo como engenheira no quadro de funcionários da Petrobrás.
Nesse sentido, foi sugerido pela FUP um comitê de heteroidentificação racial para cota de raça nos processos seletivos.
A empresa também mencionou a importância do trabalho remoto em tempo integral para pessoas com deficiência (PCDs) e que está estudando a implementação desse formato para aqueles que têm PCDs em casa ou que possuem condições de saúde graves que impossibilitem o trabalho presencial.
Com o objetivo de atingir a obrigação legal, a gestão comunicou o aumento para 8% a cota de PCDs nos próximos concursos. Percentual acima da obrigatoriedade legal que é de 5%. Hoje encontra-se próximo de 1%.
Além disso, a empresa ressaltou a importância do canal de acolhimento para casos de assédio, mas enfatizou que é fundamental que as denúncias sejam feitas. O canal de acolhimento não deve ser utilizado como meio de denúncia direta.