A Federação Única dos Petroleiros e a representação do Grupo de Estrutura Organizacional de Resposta (EOR), voltaram a se reunir nesta quarta-feira, 20 de outubro, para tratar sobre a pandemia da covid-19 no Sistema Petrobrás. As reuniões estavam suspensas desde março. No começo da reunião a FUP discorreu sobre o momento da pandemia no Brasil, lembrando dos 600 mil falecidos e solicitando a realização de um minuto de silêncio em memória do companheiro André Pereira, falecido após contrair a doença.
A FUP apresentou à Petrobrás os números do monitoramento que realiza sobre a covid 19 no Sistema Petrobrás em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Os dados mais recentes podem ser consultados neste link. Durante a reunião a Petrobrás também apresentou seus números e chamou a atenção do movimento sindical que dos 58 óbitos no sistema Petrobrás, o 60% estava em regime de teletrabalho. Diante de tal premissa, a FUP cobrou à empresa sobre quais são os protocolos para os trabalhadores que estão nesse regime, e qual o acompanhamento que a empresa realiza em relação à vacinação destes e à testagem. A Petrobrás não divulga as informações de casos classificadas por regime de trabalho.
A FUP e seus sindicatos cobraram a aplicação rigorosa e efetiva de testes para os trabalhadores que vão embarcar nas plataformas. Lembraram o caso dos companheiros falecidos por causa da covid 19, Daniel Cristiano, relacionado às paradas de manutenção impostas unilateralmente pela gestão da Petrobrás que inclusive recusou emitir a CAT para o companheiro após seu falecimento, atitude repudiada pela FUP e do técnico de segurança André Pereira, que não foi testado e faleceu após contrair a doença. A FUP já questionou em reiteradas ocasiões que a falta de testagem poderia gerar casos como esse, e reafirma a necessidade de aprimorar esse aspecto com urgência.
Outro assunto fundamental cobrado pela FUP é o tratamento e acompanhamento da saúde de trabalhadores que foram afetados pela covid após recuperação da doença.
A Federação cobrou esclarecimentos sobre os seguintes pontos:
1- Retorno de trabalho presencial, diante da ausência total de informações de como se daria esse retorno. Quais serão os protocolos, e como será o retorno dos companheiros que estão no grupo de risco. A Petrobrás informou que os trabalhadores do grupo de risco não estarão dentro da primeira e segunda onda de retorno ao trabalho. A primeira onda atinge só 20% dos efetivos aos quais já está sendo exigido o esquema vacinal completo.
2- Vacinação. Como a Petrobrás avalia a exigência de vacinação, e se existe intenção de aplicar punição para quem não vacinou. Existe uma parcela de mais de 25% que ainda não tomaram a segunda dose da vacina. A Petrobrás já deixou claro que quem não apresentar esquema vacinal completo pode estar sujeito a sanções disciplinares.
3- Apoio psicológico. A Petrobrás afirmou que já está executando esse trabalho através de sua Área de Saúde, e apresentará para a FUP na próxima reunião. A empresa se comprometeu a prestar os esclarecimentos e apresentar os protocolos na próxima reunião, que acontecerá no dia 3 de novembro. Outro esclarecimento que a empresa irá prestar nesse encontro é em relação a um contrato de fornecimento de materiais de proteção sanitária que deveria funcionar em todo o país e só estaria funcionando na região sudeste, denúncia levantada pelo Sindipetro Bahia.
[Da Imprensa da FUP]