17ª Rodada: FUP exige suspensão de leilão da ANP com potencial de destruição ambiental

ANP coloca em risco patrimônio ambiental, ao licitar blocos de exploração de petróleo em áreas sensíveis ecologicamente, como Fernando de Noronha, sem estudos prévios de avaliação de impacto

 [Nota à imprensa | Foto: Zairamtheus/All Angle/350.org]

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados são radicalmente contrários à realização da 17ª Rodada de Licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e  Biocombustível  (ANP)  e defendem  a suspensão imediata  de um certame temerário que vai ofertar nesta quinta-feira, 7,  92 blocos exploratórios marítimos nas Bacias de Campos, Santos, Pelotas e Potiguar.

A FUP questiona a legitimidade de um leilão em áreas de novas fronteiras exploratórias, sensíveis ecologicamente e que não apresentaram estudos prévios de avaliação de impacto ambiental.

“A atividade exploratória de hidrocarbonetos nestas áreas vai ocasionar impactos ambientais nocivos irreversíveis a ecossistemas sensíveis e de inestimável valor para a conservação da biodiversidade marinha”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Ele alerta para a inevitável judicialização da 17ª Rodada, a exemplo do que ocorreu com a 12ª Rodada, realizada em 2013, e até hoje sub judice. A 12ª rodada colocou em licitação áreas em bacias de nova fronteira, em região de aqüíferos, e áreas em bacias maduras para exploração e produção de gás natural partir do processo não convencional de fraturamento hidráulico.

“As duas rodadas mais devastadoras do ponto de vista ambiental são a 12ª e a 17ª, com áreas de enorme valor ambiental, que abrigam espécies ameaçadas de extinção e próximas a santuários ecológicos da Reserva Biológica do Atol das Rocas e do Parque Nacional Fernando de Noronha”, destaca Bacelar. “Caso o leilão ocorra, a insegurança jurídica se repetirá”, prevê.

Várias iniciativas e processos para impedir o leilão deram entrada na Justiça ao longo do ano. Os Sindipetros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul apresentaram manifestação como amicus curiae em ação civil pública movida pelo Instituto Internacional Arayara de Educação e Cultura contra a ANP, a União Federal e o estado de Santa Catarina, e em defesa da proteção do meio ambiente, das comunidades atingidas e dos trabalhadores.

A Associação Nacional de Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) encaminhou ofício à presidência da Petrobrás e ao conselho de administração da empresa para que a estatal não participe do leilão.

No último dia 1°, a Anapetro ingressou com representação jurídica na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionando a participação da Petrobrás na rodada. A Anapetro entende que a eventual compra e a consequente exploração dessas áreas geram insegurança para acionistas da Petrobrás, uma vez que podem ocasionar sérios prejuízos financeiros à empresa em caso de efetivo dano ambiental.


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