Sindipetro BA denuncia manobra da Acelen para adicionar condicionante ao PPR dos trabalhadores

[Da comunicação do Sindipetro BA]

Após diversas cobranças do Sindipetro-BA sobre o tema, a Acelen informou que pretende incluir uma “cláusula adicional” ao Programa de Participação nos Resultados (PPR) de 2024, em ofício enviado ao sindicato na última quarta-feira (4). Aos 45 minutos do segundo tempo, a empresa quer vincular o pagamento do PPR a um resultado positivo em seus livros contábeis e à “existência de fluxo financeiro suficiente para que o pagamento do PPR não coloque em risco o funcionamento operacional da empresa”.

A proposta foi recebida com estranhamento pelo Sindipetro, pois desde que este tema é tratado, em diversos anos de negociações sobre o PPR, a Acelen nunca discutiu lucro ou fluxo de caixa. Logo, esses valores nunca foram compartilhados com o sindicato. Somente agora, em dezembro, a empresa quer mudar os fundamentos do acordo e colocar o L de lucro no PPR, criando uma nova condicionante que gera a possibilidade desses valores nunca chegarem na conta do trabalhador e da trabalhadora.

“Esse tipo de programa de participação de lucro ou de resultado não é caridade. Ele está previsto na legislação, a partir do reconhecimento da função social de uma empresa, mesmo que seja uma empresa privada. Seus trabalhadores e trabalhadoras são quem constroem de fato o sucesso da empresa, é preciso reconhecer essa força de trabalho”, define a coordenadora-geral do Sindipetro-BA, Elizabete Sacramento, garantindo a continuidade da luta por um PPR justo, contemplando todos e todas de forma equitativa.

A Acelen vem empurrando com a barriga as negociações do PPR desde março. Agora, quando já tem uma completa previsão de seu caixa, e sem compartilhar esses valores com o sindicato, ela quer acrescentar um fator que modifica, ou até mesmo impossibilita, o pagamento do PPR. A energia para acelerar vale apenas para a publicidade, mas não parece ser usada para reconhecer o esforço de seus trabalhadores e trabalhadoras na construção da empresa.

Diante dessa novidade, a direção registra sua irresignação, adicionando que jamais aceitará negociar no escuro, nem aceitará retrocessos, e conclama a categoria para tratar o assunto com união e luta.