Os petroleiros e as petroleiras sentem no bolso as consequências do rumo que os planos da Petros e da AMS tomaram. Os custos de decisões dos últimos governos na condução dos planos de previdência privada e assistência à saúde recaem principalmente sobre a categoria petroleira aposentada e pensionistas. No momento da vida em que eles mais precisam de uma boa assistência à saúde e complemento de renda é que os planos se tornam mais onerosos.
O Sindipetro/MG tem recebido inúmeras mensagens, e mesmo visitas na sede da entidade, de aposentados e pensionistas que relatam estarem mergulhados em dívidas. Muitos petroleiros chegam a ficar quase sem receber nada no final do mês devido aos descontos abusivos da AMS e das parcelas da dívida de equacionamento da Petros. Eles manifestam preocupação até mesmo quanto ao futuro e a permanência nos planos.
Para debater este tema, no dia 4 de maio, quinta, às 14 horas, o Sindicato vai promover, em sua sede em Belo Horizonte, um encontro de aposentados e pensionistas. O debate sobre soluções e esclarecimentos sobre a atual situação da AMS e da Petros terá como convidado o dirigente da FUP e conselheiro deliberativo da Petros, Norton Almeida.
A diretoria do Sindipetro/MG acredita que a saída para esses problemas é sempre coletiva e participar dos chamados do sindicato é mais um passo para a vitória em todas as lutas.
Situação insustentável
Na AMS, o legado bolsonarista deixou um reajuste unilateral de 13.75%, previsto para ser aplicado de forma retroativa a março de 2023, além de um grande peso para os trabalhadores no custeio do plano (a participação dos trabalhadores saltou de 30% para 40%).
Para o diretor do Sindipetro/MG, Leopoldino Martins, é fundamental, que a categoria petroleira, principalmente os aposentados, esteja junto com o sindicato nesta luta e que a saída é uma negociação urgente e conjunta. “A AMS precisa ser retomada nos moldes anteriores. Nosso plano foi destruído nos seis anos dos governos Temer e Bolsonaro. Há casos de aposentados com saldo devedor de 300 mil reais. O nosso plano Petros 1 R e NR e PRÉ 70 (NR e R) está agonizando na UTI. Temos que resolver urgente por meio de negociação”, opina.
Ações da FUP e seus sindicatos
Em reunião extraordinária da Comissão da AMS, realizada no dia 17/04, a pedido da direção da FUP, os representantes da Federação cobraram que a os gestores da Petrobrás cessem a cobrança do saldo devedor acumulado até o dia 30 de abril e que suspenda todos os descontos que ultrapassarem o limite da margem consignável de 13% dos aposentados e pensionistas, sem qualquer condicionante.
Os representantes da FUP encaminharam à empresa um Termo Aditivo ao atual Acordo Coletivo de Trabalho, para suspensão dos descontos abusivos da AMS, até que seja encontrada uma solução definitiva. Esse é um dos grandes temas a serem tratados na campanha reivindicatória deste ano.
No ofício enviado à Petrobrás, a FUP expõe que, desde janeiro de 2021, os beneficiários estão sofrendo com os descontos abusivos da AMS, além das contribuições extraordinárias nos seus planos de previdência complementar, administrados pela Petros, o PPSP e o PPSP-NR, devido aos planos de equacionamento aprovados no Conselho Deliberativo da Petros: o PED 2015 e o PED 2018. Para piorar, neste mês também inicia uma nova cobrança, decorrente de um novo equacionamento no PPSP-R, o PED 2021, além do reajuste da tabela de Grande Risco, que só não será maior por pressão da FUP após tentativa da gestão bolsonarista de atropelar a negociação prevista em ACT.
No dia 4/04, a direção da FUP apresentou formalmente à Diretoria da Petros documento solicitando que a Petros encaminhe ao Conselho Deliberativo (CD) a proposta de adiamento do Plano de Equacionamento do PPSP-R (PED 2021). No documento, a FUP propõe que o CD da Petros solicite à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) o adiamento do equacionamento do PPSP-R por 90 dias.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos têm investido esforços para barrar essas decisões que sangram os trabalhadores. “A cobrança que a FUP e seus sindicatos têm feito é de que o projeto vencedor das urnas assuma a gestão da Petrobrás e da Petros e pare de penalizar os trabalhadores. Essa é, inclusive, uma das principais bandeiras da chapa inscrita para as próximas eleições do Sindipetro/MG: a retomada da Petros e AMS aos interesses da categoria.”, opina Guilherme Alves, coordenador interino do Sindipetro/MG.
As eleições para a Diretoria e Conselho Fiscal do Sindipetro-MG acontecerão de 7 a 12 de maio. Sua participação é muito importante para a AMS e Petros que queremos!