Sindipetro BA comemora os 40 anos da greve de 1983 em evento no dia 11

Movimento paralisou a produção da Refinaria Landulpho Alves em plena ditadura militar

[Da imprensa do Sindipetro Bahia]

Já se passaram 40 anos, mas parece que foi ontem. As marcas, sejam boas ou ruins, permanecem vivas, cravadas na memória e na pele de muitos dos petroleiros e petroleiras que participaram da histórica greve de 1983, que paralisou a produção da Refinaria Landulpho Alves, no Recôncavo Baiano, durante a ditadura militar, levando ao fortalecimento e organização dos petroleiros como uma grande categoria.

Ao ouvir alguns dos 205 demitidos na greve, pudemos perceber o quanto esse assunto ainda mexe com essas pessoas. Afinal, além da demissão eles foram incluídos em uma lista feita pela Petrobrás que os impediu de encontrar outro emprego nos ramos petroleiro, químico e petroquímico. Nenhuma empresa contratava os grevistas de 1983.

Antes, durante e depois da greve – que aconteceu de 07 a 11 de julho de 1983 – há muita história para contar. Uma parte dela será rememorada através de uma homenagem, organizada pelo Sindipetro Bahia a esses guerreiros e guerreiras que posteriormente foram anistiados, retornaram aos seus postos de trabalho na Petrobrás, mas nem todos conseguiram a reparação econômica a que têm direito, devido à perseguição sofrida na ditadura militar.

A homenagem, que antes de tudo será um ato político, vai acontecer na próxima terça-feira, dia 11 de julho, às 18h30, na subsede da Cultura e Cidadania do Sindipetro Bahia, localizada na Ladeira da Independência, nº 16, Nazaré, em Salvador. Entidades parceiras como Abraspet, Aepet, Astape, Cepes também estarão juntas com o Sindipetro.

História

Em 07 de julho de 1983, em plena ditadura militar, durante o governo do general João Batista Figueiredo, os petroleiros cruzaram os braços contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), o arrocho salarial, a manipulação do INPC e o Decreto-lei nº 2.025, que extinguia direitos dos empregados das empresas estatais.

Desafiando a Lei de Segurança Nacional, os petroleiros pararam a produção na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em Mataripe (BA) e na Refinaria Planalto (REPLAN), em Campinas (SP). A repressão veio com força total, mas eles não se intimidaram.

Mas apesar da luta e coragem da categoria, as reivindicações não foram atendidas e houve intervenção do governo nos sindicatos dos petroleiros, além de demissões – 198 em Mataripe, na Bahia e 152 em Paulínia, em Campinas (São Paulo).

Porém, a greve foi importante pela semente plantada, que germinou mais tarde em forma de conquistas de vários direitos para a categoria.

O movimento impulsionou também a primeira greve geral da ditadura militar, no dia 21 de julho e no dia 28 de agosto deste mesmo ano, os trabalhadores criavam a Central Única dos Trabalhadores, dando início a um novo sindicalismo, mais combativo e focado na organização das bases e na construção da intervenção operária nos locais de trabalho, tendo como um dos seus grandes expoentes, Luiz Inácio Lula da Silva, que veio a ser presidente do Brasil por três mandatos.

Serviço

O quê – Evento político pelos 40 anos da greve de 1983

Onde – Subsede da Cultura e da Cidadania do Sindipetro Bahia (Ladeira da Independência, 16, Nazaré, em Salvador)

Quando – 11 de julho, terça-feira, às 18h30