Viúvas de Reichstul querem a volta do bônus na Petrobrás

A política de RH da empresa não pode ficar refém dos tecnocratas, que cobram privilégios para permanecerem na empresa…





Imprensa da FUP

Na carona da nomeação de Reichstul para a questionável Câmara de Gestão criada pelo governo, o segundo escalão da Petrobrás já se mobiliza pela volta do bônus. Coincidência ou não, o fato é que as viúvas do neoliberalismo estão mais saudosistas do que nunca. Sob o falso argumento de que a estatal estaria perdendo gerentes e “especialistas” para o mercado, os antigos colaboradores de Reichstul voltam a pressionar a direção da Petrobrás para que reedite a política de bônus, que privilegia o segundo escalão da empresa.

É inaceitável que a direção da Petrobrás torne a cair nesta arapuca, como fez no ano passado, quando, às vésperas da campanha salarial, distribuiu um abono aos gerentes, consultores, supervisores e coordenadores, em detrimento dos demais trabalhadores. A política de RH da empresa não pode ficar refém dos tecnocratas, que cobram privilégios para permanecerem na empresa. Não passa de lobby a afirmação de que bônus impede a evasão de especialistas, consultores e gerentes. O próprio relatório de movimentação de pessoal apresentado pelo RH à FUP desmente este argumento. Não há diferença significativa entre a taxa de rotatividade dos trabalhadores de nível superior e a dos que atuam nas áreas operacional e de manutenção.

O que retém o petroleiro na empresa é uma política de RH democrática, que valorize e respeite o trabalhador e não apenas os cifrões e metas de produção. Para isso, é necessário que a Petrobrás rompa com o modelo de RH construído nos anos 90, sob os pilares do neoliberalismo, e passe a contemplar o trabalho em equipe, com segurança, cooperação e solidariedade. Este é o principal diferencial que a Petrobrás deve ter em relação às demais empresas do setor.