Contraf-CUT
Seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), a grande maioria das assembleias realizadas nesta sexta-feira (11) em todo o país aprovou a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), assim como os acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa, encerrando a maior greve da categoria nos últimos 20 anos.
A proposta dos bancos eleva para 8,0% (aumento real de 1,82%) o índice de reajuste sobre os salários e demais verbas, para 8,5% sobre o piso salarial (ganho real de 2,29%) e 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). Também aumenta de 2% para 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente na parcela adicional da PLR e avança em outras reivindicações econômicas e sociais.
A nova proposta da Fenaban, apresentada no 22º dia da greve e após 18 horas de duras negociações, avançou depois que os bancos recuaram da proposição inicial de compensar todos os dias de greve em 180 dias, aceitando compensar no máximo uma hora extra diária, de segunda a sexta-feira, até 15 de dezembro – a partir da assinatura do acordo.
Ela inclui ainda quatro novas cláusulas: proibição de os bancos enviarem SMS aos bancários cobrando resultados, abono-assiduidade de um dia por ano, constituição de grupo de trabalho com especialistas para apurar as causas dos adoecimentos dos bancários e adesão ao programa de vale-cultura do governo, no valor de R$ 50,00 por mês.
Vitória da mobilização, da ousadia e da unidade
“Os bancários estão de parabéns. Deram mais uma grande demonstração de força, dobrando a intransigência dos bancos, que este ano tinham a estratégia clara de acabar com os aumentos reais e rebaixar conquistas para reduzir custos, de vencer os bancários pelo cansaço e de punir os grevistas com o desconto dos dias parados. Foi a vitória da mobilização, da ousadia e da unidade”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Levantamento feito pela Contraf-CUT até as 21h desta sexta-feira indica que a maioria das assembleias aprovou tanto a proposta dos bancos quanto os acordos específicos do BB e da Caixa. Algumas bases sindicais realizarão assembleias na segunda-feira 14.
Encerraram a greve:
São Paulo
Rio de Janeiro – nova assembleia da Caixa na segunda
Belo Horizonte
Pernambuco
Curitiba
Bahia – continua greve na Caixa e BNB
Ceará – continua greve no BB, Caixa e BNB
Piauí
Paraíba – assembleias da Caixa e BNB ainda não acabaram
Sergipe – continua greve no BNB
Bahia – continua na Caixa e BNB
Mato Grosso – continua greve na Caixa
Londrina
Campo Grande
Campinas
ABC
Alagoas – assembleia do BNB na segunda
Petrópolis
Angra dos Reis
Caxias do Sul – assembleia do Banrisul na segunda
Rondônia
Amapá
Criciúma
Bragança Paulista
Passo Fundo
Catanduva
Limeira
Ijuí
Alegrete
Novo Hamburgo
Horizontina
Guaporé
São Luiz Gonzaga
Vacaria
São Borja
Santa Rosa
Carazinho
Livramento
Araranguá
Joaçaba
Assis
Taubaté
São José do Rio Preto
Sorocaba
São José dos Campos
Araçatuba
Ribeirão Preto
Franca
Jaú
Tupã
Votuporanga
Presidente Wenceslau
Campos de Goytacazes
Itaperuna
Apucarna
Arapoti
Campos Mourão
Cornélio Procópio
Guarapuava
Toledo
Umuarama
Paranavaí
Divinópolis
Uberaba
Jacobina
Assembleias segunda-feira:
Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Pará, Acre, Guarulhos, Santa Maria (RS), Pelotas (RS) e Litoral Norte (RS).
A proposta da Fenaban
> Reajuste: 8,0% (1,82% de aumento real).
> Pisos: Reajuste de 8,5% (ganho real de 2,29%).
– Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.148,97.
– Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.648,12.
– Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.229,05 (que inclui R$ 394,42 de gratificação de caixa e R$ 186,51 de outras verbas de caixa).
> PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%), limitado a R$ 9.087,49. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 19.825,86.
> PLR parcela adicional: aumento de 2% para 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 3.388,00 (10% de reajuste).
> Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54% do salário mais fixo de R$ 1.016,40, limitado a R$ 5.452,49. Da parcela adicional, 2,2% do lucro do primeiro semestre, limitado a R$ 1.694,00. O pagamento do restante será feito até 3 de março de 2014.
> Auxílio-refeição: de R$ 21,46 para R$ 23,18 por dia.
> Cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 397,36.
> 13ª cesta-alimentação: de R$ 367,92 para R$ 397,36.
> Auxílio-creche/babá: de R$ 306,21 para R$ 330,71 (para filhos até 71 meses). E de R$ 261,95 para R$ 282,91(para filhos até 83 meses).
> Requalificação profissional: de R$ 1.047,11 para R$ 1.130,88.
> Adiantamento emergencial: Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
> Gestores ficam proibidos de enviar torpedos aos celulares particulares dos bancários cobrando cumprimento de resultados.
> Abono-assiduidade (novidade): 1 dia de folga remunerada por ano.
> Vale-cultura (novidade): R$ 50,00 mensais para quem ganha até 5 salários mínimos, conforme Lei 12.761/2012.
> Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
> Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Compromissos
> Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
> Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Reunião específica para discutir aprimoramento do processo.
> Discutir um novo modelo de PLR antes da campanha nacional de 2014.