[Da imprensa do Sindipetro Bahia]
Uma vigilante terceirizada da Transpetro na Bahia é mais uma vitima da covid-19. Maria Célia Batista dos Reis da empresa Guardsecure, trabalhava no Porto do Mirim, no município de Madre de Deus, tinha 61 anos, era uma esportista – praticava halterofilismo – e deixou filhos e amigos.
Célia chegou a ser afastada do ambiente de trabalho por ser do grupo de risco devido à idade, mas, além de ter o salário reduzido, teve o seu plano de saúde suspenso, só sendo restabelecido após muitas reclamações dos filhos junto à empresa. No dia 24/06 ela foi internada na UPA de Itinga, no dia 25/06 foi transferida para o Hospital de Campanha de Periperi, onde fez o teste RT PCR com resultado positivo. A doença se desenvolveu de forma rápida e fatal. Os familiares tentaram transferi-la para o Hospital Teresa de Lisieux, mas, em virtude da suspensão imposta pela empresa, quando conseguiram já foi tarde demais. Célia faleceu na quarta-feira (1/07).
Na manhã dessa quinta-feira (2) segundo levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados coletados das secretarias estaduais de Saúde foram registradas no Brasil 60.813 mortes por coronavírus. Célia será mais uma a ser adicionada a essa estatística. Mas não são apenas números, são vidas, são milhares de famílias destroçadas, em muitos casos por negligência.
O Sindipetro Bahia já havia denunciado, em matéria publicada no site da entidade sindical no dia 20/05, que a Guardsecure estava negligenciado as medidas sanitárias necessárias para a continuidade dos serviços de forma segura. A gerência operacional da empresa tem coagido os vigilante para não repassarem a pessoas da Petrobras informações sobre infectados. A suspensão do plano de saúde para os afastados por motivo de doença tem sido uma prática desta empresa.
Na época, denunciamos que em uma semana três vigilantes que prestam serviço na Transpetro de Madre de Deus, testaram positivo para o novo coronavírus (covid-19). Eles foram afastados do ambiente de trabalho, mas antes já haviam tido contato com diversos outros colegas.
Infelizmente, a gestão da Transpetro está sendo conivente com este descaso com a saúde dos seus prestadores de serviço e não pune estas atrocidades cometidas pela Guardsecure.
Denunciamos também que os vigilantes na Transpetro estavam sendo transportados em vans lotadas, sem nenhum cuidado ou prevenção. Além de ter cobrado a implementação e ampliação de procedimentos simples como diminuição da lotação nos transportes, distância de 1 metro e meio entre as pessoas, uso de máscaras de qualidade, de álcool gel, sabonetes e toalhas descartáveis, além do teste rápido para a covid-19.
As entidades sindicais têm feito a contagem de casos de covid-19 na Petrobrás a partir de informações que chegam através dos próprios trabalhadores. Veja abaixo casos de contaminação e morte pela covid-19 que chegaram ao conhecimento do Sindipetro
Infectados pelo novo coronavírus (covid-19), na Bahia
24 casos na RLAM
3 casos na Unidade de Araçás (trabalhadores próprios)
1 na Unidade Taquipe (terceirizado)
1 na Estação Vandemir Ferreira (trabalhador próprio)
3 na Transpetro de Madre de Deus (três vigilantes – terceirizados)
1 na Transpetro Itabuna (terceirizado)
1 no Torre Pituba de um trabalhador lotado na RLAM (trabalhador próprio)
3 na termoelétrica Arembepe
1 na termoelétrica Muricy (assintomático)
1 na Plataforma de Manati (vigilante terceirizada)
1 na Unidade OP-CAN
Mortes
2 mortes
– Um trabalhador da Halliburton. Johnny de Carvalho Mafort, 36 anos, era do Rio de Janeiro e estava de passagem pela Bahia prestando serviço à Petrobrás na UO-BA, e faleceu no Hospital Aeroporto.
– Uma vigilante da empresa Guardsecure que presta serviço na Transpetro Madre de Deus. Maria Célia Batista dos Reis da empresa Guardsecure, trabalhava no Porto do Mirim, tinha 61 anos, e faleceu no dia 1/07