A entrada da Venezuela como membro pleno no Mercosul foi formalizada nesta segunda-feira, (13), com sua incorporação jurídica ao bloco. A adesão do país ao grupo regional foi oficializada, no entanto, no último dia 31 em cerimônia diplomática em Brasília com os representantes de Brasil, Argentina e Uruguai.
A partir de agora, o mais novo membro do Mercosul conta com o prazo de quatro anos para se adequar aos requisitos e parâmetros exigidos pelo bloco. Para Hugo Chávez, o processo não vai significar mudanças radicais, pois “as nomenclaturas venezuelanas são muito parecidas com as do Mercosul”.
“Estamos apenas começando um caminho que será longo e proveitoso. A Venezuela no Mercosul chegou a sua própria essência e dimensão geopolítica”, disse o presidente na última sexta-feira (10). Para acelerar o processo, o governo venezuelano criou grupos de trabalho responsáveis pela análise técnica dos requisitos e pelo cronograma de adequação do país, que se reúne até sexta-feira (17), em Montevidéu, no Uruguai, onde está a secretaria geral do Mercosul.
O governo venezuelano e os outros membros do bloco esperam que até dezembro deste ano, os produtos comercializados pelo país já estejam adaptados aos códigos do Mercosul. A ministra do Comércio da Venezuela, Edmée Betancourt, disse que a nomenclatura do Mercosul envolve 10 mil códigos de tarifas. No caso da Venezuela, segundo ela, a adequação, devido aos produtos contidos na relação da Comunidade Andina de Nações, são 6,8 mil códigos tarifários.
Pelo planejamento inicial, a prioridade é incluir na lista de produtos comercializados entre a Venezuela e os demais integrantes do Mercosul as mercadorias cujas taxas estão próximas às cobradas pelo bloco – que variam de 10% a 12,5%, informou a Agência Brasil.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul receberá um importante acréscimo em seu PIB (Produto Interno Bruto), que passará agora para US$ 3,3 trilhões, além de aumento populacional e territorial. Ontem, após jantar com Dilma, Chávez disse que “esperou muito por esse momento (da adesão)”.
Um mês depois de a Venezuela ser incorporada ao Mercosul, é a vez de o Equador intensificar as negociações para o ingresso no bloco. Até o dia 15 de setembro, está prevista a primeira reunião de um grupo de trabalho que irá analisar os estudos preliminares para a adesão dos equatorianos.