Em comunicado ao mercado, a Petrobras informou que iníciou nesta segunda-feira, 23, a “fase não vinculante do processo de alienação” que entregará à concorrência 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária que opera e administra os gasodutos da empresa. Na prática, isso significa que os nteressados no negócio poderão enviar suas propostas. A venda da TAG foi anunciada no dia 05 de setembro, quando a gestão Pedro Parente iniciou o processo de privatização de mais 4,5 mil quilômetros de gasodutos, localizados principalmente nas regiões Norte e Nordeste, cuja capacidade de transporte gira em torno de 75 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
Em abril deste ano, a estatal brasileira já havia privatizado dois mil quilômetros de gasodutos que cortam o Sudeste do país, ao entregar a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) à Brookfield, um fundo de investimentos canadense, que levou a subsidiária pela bagatela de US$ 4,23 bilhões, sendo US$ 2,59 bilhões em ações e US$ 1,64 bilhão em títulos de dívida. Ao abrir mão da maior e mais estratégica malha de gasodutos do país, a Petrobrás terá que pagar para escoar o gás que produz. Segundo especialistas do setor, em apenas quatro anos, a empresa já terá pago à Brookfield em aluguel de dutos todo o valor que arrecadou com a privatização da NTS.
Como a FUP e seus sindicatos vêm denunciando, a privataria conduzida por Pedro Parente, além de causar graves prejuízos ao país, beneficia diretamente as concorrentes da Petrobrás. A venda da TAG avança nesse sentido, pois deixará nas mãos de grupos estrangeiros o controle dos principais gasodutos brasileiros. A Petrobrás terá que se submeter aos preços e condições impostas pelas multinacionais.
“Quem pagará a conta será o consumidor, como já vem acontecendo com o gás de cozinha, a gasolina e o diesel, cuja política de preços da Petrobrás privilegia as distribuidoras e importadoras de combustíveis. E ficará ainda pior com o desmonte das refinarias, a privatização da Liquigás e a abertura do capital da BR Distribuidora. Cada vez mais, o povo brasileiro estará à mercê dos oligopólios privados”, afirmou a FUP em nota divulgada em setembro, quando foi anunciado o início do processo de venda da TAG. “Perdem os consumidores, perdem os trabalhadores, perdem os acionistas. O mais grave de tudo é que o povo brasileiro está perdendo soberania e perspectivas de um futuro melhor”.
FUP