Vem aí o VII Congresso da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT

 

CNQ/CUT

Nos dias 2, 3 e 4 de julho, trabalhadores/as do ramo químico de todo o Brasil estarão reunidos em torno do VII Congresso Nacional da CNQ-CUT. O evento acontecerá em Campinas, a 121 quilômetros de São Paulo, no auditório do Hotel das Andorinhas e contará com a participação de 300 delegados/as. O tema Desenvolvimento com Geração de Trabalho Decente e Fortalecimento do Ramo Químico promete unificar os três dias de discussões.
 
“A CNQ prepara-se para reunir representantes de Norte a Sul com o objetivo de debater e estruturar um plano de lutas para os próximos anos. Num mundo globalizado, a Confederação assume cada vez mais importância na parceria com entidades de representação mundial”, explica Lucineide Varjão, Coordenadora da CNQ. Para ela, “hoje é impensável organizar uma categoria de forma isolada. Daí a importância do trabalho implementado pela CNQ em conexão com os sindicatos, centrais sindicais e instituições em nível nacional e internacional”.
 
O ramo químico no país representa um dos mais importantes segmentos da economia e reúne várias empresas nacionais e multinacionais de ponta. Algumas são avançadas, oferecem benefícios e cumprem a legislação. Mas uma parte significativa ainda mantém uma atuação autoritária e antissindical no local de produção. São corporações que assumem uma prática de austeridade em seus países de origem mas não têm escrúpulos em demitir dirigentes sindicais, impor baixos salários e péssimas condições de trabalho.
Por isso, os trabalhos implementados pela CNQ, como a formação permanente e as Redes sindicais por exemplo, hoje contam com vários grupos organizados e com ramificações que extrapolam os muros das empresas. “Temos consciência de nosso papel na sociedade e no mundo do trabalho. O faturamento do ramo químico corresponde a 18% do PIB (Produto Interno Bruto). Estamos presentes em várias áreas da economia, produzimos e geramos riqueza em escala monumental. Nossa força de trabalho movimenta essa engrenagem e queremos ser ouvidos. Daí a importância desse evento”, argumenta Lucineide.
 
Plenárias regionais preparam o Congresso
 
Para preparar o VII Congresso, foi realizado um ciclo de plenárias nas cinco regiões de representação da Confederação: Sudeste I, Sudeste II, Norte, Nordeste e Sul. Lucineide avalia: “Os encontros terminaram em 2 de abril com mais de 200 participantes das mais variadas localidades. Percorremos o Brasil para levantar as expectativas locais e as propostas iniciais para o evento. O resultado positivo revela que a realização das plenárias foi uma decisão acertada, já que semeamos o debate preliminar no ramo químico e apontamos para o fortalecimento da hegemonia da Central da qual fazermos parte”.
 
O último encontro, realizado no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo com as lideranças da região Sudeste I (São Paulo e Minas Gerais), aconteceu em clima de avaliação positiva. Adi dos Santos, presidente da CUT Estadual São Paulo, destacou: “As plenárias devem se transformar numa prática dentro na CUT. Essa iniciativa é importante porque mostra os desafios que serão levados ao Congresso. O ramo químico é fundamental porque discute organização no local de trabalho, negocia, mobiliza e isso é essencial. Vocês são exemplo dentro da Central. Esse ramo, na atual conjuntura, passa por profundas mudanças já que o Brasil tem um grande potencial energético”.
 
Aparecido Donizeti da Silva, da Executiva Nacional da CUT e trabalhador do ramo químico, avaliou: “Os debates nas cinco regiões foram um sucesso. As plenárias devem ser uma rotina na Confederação. É importante manter esse mecanismo. Criamos uma estreita ligação com os delegados para chegarmos ao Congresso com mais qualidade”. Ele ainda reforça: “Temos três desafios: garantir o reconhecimento da CNQ, fortalecer os 30 anos da CUT e reforçar o projeto de organização do macrossetor”.
 
Rosana de Deus, da Executiva Nacional da CUT e trabalhadora do ramo químico, retornou do Fórum Social Mundial na Tunísia e discursou com euforia: “Agora vamos para um debate mais fortalecido e democrático. Esse processo é permanente e não é simples. Temos que qualificar, formar e dialogar com as secretariais. O ramo químico é estratégico para a política nacional da CUT. É uma vitrine de políticas que passa a ser também um modelo de atuação para os países europeus”.
 
Exemplo de democracia
 
Realizadas em cinco regiões, as plenárias contribuíram para a preparação do VII Congresso. Mais de 200 participantes integraram as atividades. O levantamento das necessidades, expectativas e propostas iniciais de cada localidade deve atuar para estreitar os laços entre as entidades e encaminhar os debates com mais qualidade.
 
Eleger os delegados e fortalecer o debate
 
Até 28 de abril, as 79 entidades filiadas à CNQ se mobilizam para a eleição dos 300 delegados que devem participar do Congresso. São eles que representarão os/as 338 mil trabalhadores/as da base nacional de atuação. No evento, além da análise de conjuntura (nacional, internacional e setorial), macrossetor e elaboração de um plano de lutas, também estarão em pauta temas transversais como juventude, mulheres, questão racial, terceirização, OLT, Redes, entre outros. Uma mesa temática terá como foco A Estrutura Sindical: desafios da CNQ-CUT e do ramo químico.