Vazamento no Terminal de Suape (PE) expõe riscos da redução de efetivos

Uma operação de transferência de gasolina no T.A.Suape poderia ter terminado em tragédia na madrugada do último…

Sindipetro-PE/PB

Uma operação de transferência de gasolina no T.A.Suape, em Pernambuco, poderia ter terminado em tragédia na madrugada do último domingo (03). O pessoal da operação percebeu que o combustível vazava pelos parafusos da boca de visita quando o tanque de destino estava com cerca de 12 metros de gasolina. O apoio operacional foi acionado e os trabalhadores perceberam que vários parafusos estavam soltos, pois nem haviam sido apertados. Por sorte, uma chuva forte caía durante a operação o que dispersou o vapor de gasolina e reduziu o risco de incêndio. A movimentação estava sendo feita de um tanque da Petrobrás Transporte para outro da BR Distribuidora que tinha acabado de passar por uma manutenção. O incidente nos remete à política de alguns gestores neoliberais da Petrobrás Transporte que, para reduzir o quadro de funcionários, acabam colocando todo o monitoramento dessas operações nos radares, aumentando o risco de acidentes. Esse caso mostra que se não fosse a presença humana, uma tragédia de grandes proporções poderia ter acontecido.

No ano passado, uma DIP (documento interno da Petrobrás) informava que, com a implantação dos radares, o operador iria acompanhar somente a medição inicial e final dos tanques durante as transferências e um auxiliar operacional seria encarregado de detectar irregularidades. Na época, o pessoal da operação criticou a medida, pois com larga experiência nesse tipo de trabalho, eles sabiam que colocar a vigilância somente a cargo das máquinas pode ser perigoso à segurança. Por isso, a política do “não sei de nada” da cúpula da Petrobrás Transporte também gera riscos à segurança e à vida dos trabalhadores. Há pouco o Sindipetro pediu na Justiça o reenquadramento de uma linha da Petrobrás Transporte. O duto estava projetado para transportar água clorificada quando, na verdade, tinha GLP em seu interior. Por conta disso, 40 curvas dessa linha tiveram que ser substituídas para seguir as normas internas da estatal, gerando segurança aos trabalhadores. Agora perguntamos: o que podemos esperar de uma empresa que não cumpre nem as próprias normas internas e mantém uma política de redução de funcionários?

O Sindipetro PE/PB vai solicitar ao coordenador da FUP a intervenção da Federação nessa questão a fim de que a empresa reveja sua política de redução do quadro de funcionários e apresente uma resposta a esses sérios rombos na segurança. Mesmo o vazamento tendo ocorrido com um tanque da BR Distribuidora, a Petrobrás Transporte tem responsabilidade sobre o ocorrido pois suas normas de segurança tem de ser aplicadas nessas operações. O Sindipetro aproveita para parabenizar os trabalhadores que atuaram rapidamente e conseguiram conter o vazamento, evitando um problema maior.