O vazamento de gás de grandes proporções que colocou em risco os trabalhadores de Cabiúnas, ontem, não foi uma mera fatalidade. Trata-se do quinto vazamento grave em instalações da Transpetro em Macaé.
O vazamento de gás de grandes proporções que colocou em risco os trabalhadores de Cabiúnas, ontem, não foi uma mera fatalidade. Trata-se do quinto vazamento grave em instalações da Transpetro em Macaé, quatro deles dentro das áreas operacionais de Cabiúnas e um na malha do gás, desde 2008. A recorrência de problemas de segurança na unidade também contribui para configurar um quadro gravíssimo de insegurança.
No caso de ontem, vazou gás LGN (Líquido de Gás Natural) da unidade 296 (UPCGN-I) durante 35 minutos. O vazamento foi controlado por técnicos de operação, contrariando compromisso assumido pela gerência do Tecab de implantar uma brigada especificamente dedicada e integrada por bombeiros profissionais e por técnicos de segurança.
No caso do vazamento de grandes proporções anterior, em 9 de maio de 2010, assim como o de ontem, apenas o acaso evitou uma tragédia. “O acaso contribuiu para que a nuvem de gás não encontrasse uma centelha; No entanto, a forma como foi orientado o combate daquele vazamento, quando oito funcionários adentraram a nuvem de gás para localizar a origem, poderia ter contribuído para tornar ainda mais dramática essa tragédia; Havia duas áreas próximas e quatro esferas de armazenamento envolvidas pela nuvem de gás”, disse o Sindipetro-NF em documento enviado ao presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e ao presidente da Petrobrás, José Gabrielli, em 14 de junho de 2010, com denúncias sobre a insegurança das áreas operacionais da região.
“Desde o último vazamento o sindicato está cobrando nas reuniões de SMS o cumprimento do compromisso assumido pela empresa. Passou setembro de 2010 e eles disseram que implementariam em maio, mas até agora nada”, disse o diretor do Sindipetro-NF Gedson Almeida.
NF quer estar na investigação
Diretores do Sindipetro-NF participam na manhã de hoje de reunião extraordinária da Cipa da unidade. O sindicato vai cobrar atenção definitiva da gerência da unidade para as pendências de segurança listadas pelos trabalhadores. A entidade também vai buscar, na mobilização e na Justiça, o exercício do direito de participar da comissão interna da Transpetro que apura o vazamento de ontem.
