Desta vez, o navio contratado pela Vale, MV Stellar Banner, construído em 2016, sofreu uma avaria em seu casco e está encalhado em um banco de areia próximo ao litoral do Maranhão. De acordo com o IBAMA, ele contém cerca de 300 mil toneladas de minério e 4 mil toneladas de óleo residual.
O navio havia sido carregado no terminal marítimo da Ponta da Madeira, em São Luís, e seguia para a China, quando foi detectada a entrada de água no compartimento de carga, no dia 24.
Privatizar faz mal ao Brasil. E a Vale é a prova desta afirmação. O Stella Banner pertence a uma empresa sul-coreana, a Polaris Shipping. Que em 2012, comprou 10 navios large ore carriers por US$ 600 milhões da Vale S/A.
E quem vai resolver mais este episódio será a Petrobrás, que irá ceder navios chamados de Oil Spill Recovery Vessel (OSRV, na sigla em inglês), rebocadores, para conter um eventual vazamento de óleo da embarcação com minério de ferro. Não foi uma empresa privada convocada para esta missão, mas a Petrobrás. A única que tem capacidade para tal operação.
Ainda não há registro de vazamento de nenhum tipo de material do navio. Mas este podia ser mais uma tragédia ambiental.
O excesso de atenção aos lucros muitas vezes pode sacrificar investimentos e a segurança em empresas privadas. Por exemplo, estudos ligam o foco excessivo nos lucros pós-privatização da britânica BP, na década de 1980, à sucessão de desastres que a petroleira teve nos anos 2000: uma refinaria explodiu no Texas em 2005, um duto se rompeu no Alasca em 2006 e uma plataforma explodiu no Golfo do México em 2010. Este episódio foi retratado no filme “Horizonte Profundo”, de 2016. Da mesma maneira segue a brasileira Vale S/A. Com os desastres de Mariana, em 2015 e Brumadinho, em 2019. De acordo com o ex consultor da empresa, “todas as barragens da Vale estão em risco e podem se romper a qualquer momento”. Isto se dá justamente pelo pouco interesse em investimentos necessários para a recuperação do meio ambiente.