Nos dias 28, 29, 30 e 01 de julho reuniram-se em Salvador 181 delegados e 44 delegadas de todos os setores do ramo químico representando vários estados como o objetivo de propor, debater e aprovar as principais resoluções que nortearão a atuação da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT nos próximos três anos. Contamos também com a participação de 18 companheiros e companheiras entre convidados/as e observadores/as do setor de minério que acompanharam todo o congresso.
O congresso foi expressão de nosso amadurecimento político e organizativo. Do ponto de vista político, o V Congresso em suas deliberações reconheceu os avanços econômicos, políticos e sociais deste governo, ao mesmo tempo em que reafirmou as deliberações de nossa central na defesa de um projeto de desenvolvimento, com distribuição de renda, salário e geração de emprego.
Os delegados e as delegadas presentes ao V Congresso referendaram o veto à emenda três e a todas as formas de precarização das relações de trabalho. Além disso, ratificamos o conjunto de medidas, propostos pelo GT de terceirização e aprovados pela CUT nacional, de combate à terceirização, bem como a defesa da primeirização.
A luta pela redução da jornada de trabalho, as campanhas em defesa da recuperação do valor do salário e por mais e melhores empregos foram reafirmadas nesse congresso pelos delegados e delegadas.
Do ponto de vista organizativo, avançamos em resoluções que apontam para a construção de nosso projeto de ramo, para isso aprovamos um conjunto de políticas que visam o fortalecimento das secretarias regionais e setoriais do ramo químico.
Ainda neste sentido, o congresso indicou a estratégia de unificação dos sindicatos, com vistas ao fortalecimento da organização por local de trabalho e a ampliação da representação da Confederação para outros estados e regiões, como parte da estratégia de disputa e construção da hegemonia da CUT no ramo químico em nível nacional, inclusive frente a outros projetos sindicais.
A aprovação nesse congresso da unificação com o setor de minérios é um passo importante para a construção e consolidação de uma estrutura de ramos defendida no interior de nossa central.
Esse processo, que vem sendo construído nos últimos anos pelas duas confederações, concluiu no V Congresso da CNQ uma etapa, com a aprovação pelos delegados e delegadas da unificação.
E, para dar materialidade a esta definição, aprovou-se a criação de uma secretaria especial do setor de minérios e a indicação de um dirigente pelos sindicatos filiados à CUT do setor de minérios para fazer parte dessa direção. Novos passos serão definidos pelas confederações para consolidar o processo.
No que se refere à temática de gênero, definimos um conjunto de proposições que avançam no sentido de consolidar políticas de ação afirmativa para superação das desigualdades no interior do movimento sindical, como a aprovação das cotas para indicação de delegados/as aos congressos e para a composição de direção. Além disso, aprovamos, a título de experiência piloto, a ser implementado em alguns sindicatos, a criação de um serviço de encaminhamento a mulheres trabalhadoras vítimas de violência.
Pela primeira vez na história da confederação, elegemos uma mulher para o cargo de tesouraria, rompendo com a cultura predominante no movimento sindical em que cargos de coordenação/presidente e tesouraria são ocupados, na maioria das vezes, por homens.
Por fim, como resultado de todo esse processo de debates, discussões e construção coletiva foi eleita a nova direção em que todas as forças políticas se unificaram em torno de uma única chapa. Esse resultado positivo representa uma vitória política importante, tanto da direção eleita, quanto da direção anterior que contribuiu para a construção desse processo, além é claro de todos delegados e de todas as delegadas, trabalhadores e trabalhadoras do ramo químico.
As resoluções aprovadas nesse congresso e o plano de ações referendado por todos os delegados e delegadas representam um campo enorme de desafios a serem enfrentados pela nova direção. Consolidar o nosso projeto político e organizativo, fortalecer o trabalho das secretarias e estreitar ainda mais as relações entre a Confederação e os sindicatos na luta por melhores condições de trabalho e salário, são as nossas tarefas para os próximos três anos.