Obras na Repar e Fafen-PR devem gerar 29 mil postos de trabalho
[Da Comunicação do Sindipetro Paraná-Santa Catarina]
Na manhã desta quinta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), para anunciar investimentos no Paraná, sendo voltados para ampliação da Repar e reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR).
O evento, restrito aos trabalhadores, contará com a presença de lideranças políticas, sindicais, movimentos sociais e outros convidados que se empenharam na luta pela reativação da fábrica.
Durante a agenda, Lula irá comunicar o investimento de R$ 900 milhões para a retomada da Fafen-PR, a serem destinados para a recuperação da planta industrial, à manutenção de equipamentos e à reativação da produção.
Para a Repar, o valor estimado é de R$ 3,4 bilhões para a ampliação da capacidade de produção da refinaria, melhoria da qualidade dos produtos, tecnologias para a transição energética e construção de novas unidades de hidrotratamento (HDT).
A expectativa é que o total de R$ 4,3 bilhões em investimentos anunciados para as unidades da Petrobrás no Paraná gere 29 mil postos de trabalho.
Para o presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, a cerimônia desta quinta-feira marca um novo capítulo na história da indústria do Paraná e no fortalecimento da soberania energética do Brasil. “Celebramos não apenas a reabertura da Fafen-PR, mas também os investimentos na Repar e o resgate de um modelo de desenvolvimento que prioriza o interesse nacional e a valorização dos nossos trabalhadores, uma marca dos governos Lula”, destacou.
A Petrobrás anunciou a reabertura da Fafen-PR em 6 de junho, após quatro anos de hibernação, período marcado pela intensa luta dos trabalhadores e pela organização sindical. Em 12 de junho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) homologou o acordo coletivo de trabalho da categoria petroquímica, permitindo a recontratação dos trabalhadores demitidos. Esse acordo, resultado de extensas negociações, representa uma conquista histórica para o movimento sindical brasileiro. Até o momento, 215 petroquímicos das áreas de operação, manutenção e engenharia já retornaram às suas atividades.
Hibernação e prejuízos
O fechamento da Fafen-PR ocorreu em fevereiro de 2020, durante o governo Bolsonaro, e resultou no desemprego de cerca de mil trabalhadores. A paralisação da fábrica também trouxe prejuízos aos cofres estaduais e municipais, que deixaram de arrecadar tributos.
As crises no setor de fertilizantes também passaram a ser constantes, levando o Brasil à dependência de outros países para seu abastecimento. Isso impactou diretamente na produção agrícola nacional, elevando os preços dos alimentos e a inflação.
O plano de desinvestimento orquestrado pela antiga gestão da companhia incluía a venda de oito refinarias, entre elas a Repar, além da participação da estatal na transportadora de gás TBG. Em resposta às ameaças, o Sindipetro PR e SC, a FUP e seus sindicatos, juntamente com movimentos sociais, organizaram uma série de manifestações e campanhas de conscientização para destacar a importância das unidades e impedir sua entrega.
Com a mudança na gestão após a eleição de Lula, a luta organizada dos trabalhadores foi recompensada. Em maio deste ano, a Petrobrás anunciou o encerramento do acordo com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que previa a venda dos ativos. Infelizmente, as negociações da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia; da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; e da Usina do Xisto (SIX), no Paraná, foram concretizadas. A luta agora é pela reversão dessas vendas.