Trabalhadores de 11 bases do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) cruzaram os braços nesta sexta-feira, 10 de junho, em sinal de protesto à política do governo interino de Michel Temer, que ameaça reduzir os direitos do trabalhador, privatizar a Petrobrás e entregar o pré-sal ao capital estrangeiro. O Sindicato realiza paralisação de 24 horas e considera o movimento vitorioso.
“Muitos petroleiros vestiram a camisa e aderiram à greve, porque sabem que estamos vivendo um momento delicado e que precisamos hoje, mais do que nunca, lutar para preservar nosso patrimônio, que é a Petrobrás e o pré-sal”, afirmou o diretor sindical Arthur Bob Ragusa.
O movimento de protesto começou ontem à noite (09), com o corte de rendição do turno das 23h na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá. A paralisação teve a adesão de 100% dos trabalhadores do turno e 80% do pessoal administrativo da Recap. “Estamos mantendo uma brigada de plantão na porta da refinaria e recebendo o apoio de alguns trabalhadores, que ficaram do lado de fora”, afirmou o diretor Auzélio Alves.
Na Refinaria de Paulínia (Replan), os ônibus fretados chegaram com poucos trabalhadores. Como já sabiam da paralisação, até porque o ato foi aprovado em assembleias, a maioria preferiu ficar em casa e não foi para a empresa nesta manhã fria. Do pessoal do turno, houve 100% de adesão à greve e do setor administrativo, cerca de 70%.
No Terminal da Transpetro de Uberaba, em Minas Gerais, ninguém entrou. O carregamento de combustíveis foi interrompido por cerca de seis horas, das 5h às 11h, e formou-se uma grande fila de caminhões na rodovia. No terminal mineiro de Uberlândia e na Transpetro de Ribeirão Preto (SP), a adesão também foi de 100%. Em Senador Canedo (GO), a participação dos trabalhadores foi de 50%.
Na Usina Termelétrica Fernando Gasparin (SP), 100% do turno e 20% do administrativo pararam. A usina Luis Carlos Prestes, em Três Lagoas (MS), teve 80% do pessoal na paralisação.
A direção do Sindicato realizou ainda atrasos no início do expediente das unidades de Campinas e Hortolândia da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TBG) e no Edisp 1, prédio da sede administrativa da Petrobrás, em São Paulo.
“Essa mobilização é um recado dos petroleiros para o governo, de que não vamos aceitar a redução dos nossos direitos e nem a venda de ativos, que já foi anunciada pelo Pedro Parente (novo presidente da Petrobrás). Isso aqui é só o aquecimento para as novas mobilizações que teremos, na tentativa de barrar o retrocesso”, avisou Itamar Sanches, dirigente do Sindicato.
Fonte: Sindipetro Unificado SP