Considerada a mais disputada e difícil eleição presidencial da história da República brasileira, a reeleição da presidenta Dilma Rousseff é uma vitória, acima de tudo, da classe trabalhadora e dos movimentos sociais. A FUP cumpriu o seu papel, defendendo nas ruas e no debate com a categoria um projeto político de desenvolvimento com inclusão e justiça social, que tem a Petrobrás e o pré-sal como agentes fundamentais dessas mudanças. O ato político que organizamos, ainda no primeiro turno, em frente à sede da Petrobrás, com a presença do ex-presidente Lula foi fundamental para fortalecer a luta unificada dos movimentos sociais e sindicais em defesa da soberania nacional.
Foi essa unidade, amplificada no segundo turno com as principais forças da esquerda, que impediu o golpe da direita e da mídia, que até o último instante da eleição do dia 26 tentaram virar o jogo a favor de Aécio Neves. Contra tudo e contra todos, a presidenta Dilma, com a força do povo, manteve-se firme e derrotou nas urnas a maior e mais agressiva campanha de todos os tempos. Uma campanha que já se arrasta há alguns anos e que tem a mídia como principal protagonista de uma ação orquestrada para desconstruir e derrotar o projeto popular e democrático apoiado pela classe trabalhadora.
Por isso, a vitória do povo brasileiro não se consolida com mais um mandato da presidenta Dilma Rousseff. Essa é uma luta contínua, que dependerá essencialmente da participação popular para disputar os rumos de um governo que continuará alvo de ataques. As reformas já anunciadas pela presidenta, como a do sistema político e a que visa a democratização da mídia, só serão possíveis se houver mobilização constante e envolvimento de todos os campos da esquerda.
‘A eleição acabou, mas a luta da militância e da juventude continua. A coalização que venceu as eleições, capitaneada por Dilma, tem também representantes de setores conservadores e teremos em 2015 uma das bancadas mais duras da história do Congresso Nacional. E como sempre ressaltamos, a maior parte da pauta dos trabalhadores não está diretamente subordinada à presidência da República e, sim, ao Congresso”, ressaltou a CUT em nota divulgada ao final das eleições.
“Sem internet, Aécio teria vencido a eleição”
Em entrevista à Rede Brasil Atual, o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e especialista em inclusão digital, disseca a armação da mídia para tentar eleger Aécio Neves e afirma que a reação das redes sociais e dos blogues foi fundamental para impedir o golpe. A matéria de capa da revista Veja, que antecipou sua edição de 26 para 24 de outubro, é alvo de investigação da Polícia Federal, e pode ser configurada como crime eleitoral, se for comprovada a farsa em torno do depoimento do doleiro Alberto Youssef.
Reportagem do jornal Valor Econômico, publicada na última quinta-feira, 30, revela que o depoimento sequer existiu e foi uma invenção da revista Veja, cuja capa foi panfletada pelo PSDB em todo o país na véspera da eleição e repercutida pela imprensa na TV e nos jornais.
Regulamentação da mídia
“Um dos principais pontos da reforma política para o Brasil é a reforma da comunicação. Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou”, ressalta Sérgio Amadeu.
- Leia a entrevista com Sérgio Amadeu:
www.fup.org.br/2012/noticias/entrevistas/2223855-sergio-amadeu
- Leia a matéria que revela o crime eleitoral de Veja:
www.fup.org.br/2012/eleicoes-2014/2223859-advogado-de-youssef-confirma-armacao-de-veja
Fonte: FUP, por Alessandra Murteira