Carta Maior
“Em sistemas eleitorais obrigatórios, se votam 70% estão todos muito contentes. Aqui votaram 81% sendo optativo. Então, é um país que tem uma grande consciência cidadã, democrática”, disse o argentino Carlos Álvarez, chefe da missão da Unasul que acompanha processo eleitoral na Venezuela.
Uma delegação da União de Nações Sul-amaricanas (Unasul) trabalha na Venezuela há 10 dias acompanhando o andamento do processo eleitoral que definirá o próximo presidente do país no dia 14 de abril. O objetivo, de acordo com o chefe da Missão Eleitoral da Unasul, o argentino Carlos Álvarez, é colaborar com o fortalecimento da democracia venezuelana.
“Em sistemas eleitorais obrigatórios, se votam 70% estão todos muito contentes. Aqui votaram 81% [na eleição presidencial em outubro de 2012] sendo optativo. Então, é um país que tem uma grande consciência cidadã, democrática”, disse Álvarez.
O argentino também destacou que outro objetivo da missão é fortalecer o Conselho Eleitoral da Unasul como instrumento capaz de observar as eleições da região. “Que dependamos de nossos recursos e possamos ir prescindindo das observações submetidas ao mundo desenvolvido, como se nos tomassem exames sobre como funciona a democracia”, ressaltou.
A Unasul criou o seu Conselho Eleitoral em 2012 e já enviou missões de observação às eleições presidenciais venezuelanas, em outubro de 2012, e equatorianas, em fevereiro deste ano. A missão designada para o próximo pleito na Venezuela é composta por 40 membros de órgãos eleitorais e chancelarias de 10 países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Uruguai.
Álvarez informou que a Missão estará presente, no dia da eleição, em 10 dos 23 estados venezuelanos, justamente os de maior eleitorado. A novidade desta missão será o acompanhamento do voto dos venezuelanos no exterior, nas cidades de Bogotá, Quito e Montevidéu.
Temores
A Missão também informou que já solicitou reuniões com os dois principais candidatos e seus chefes de campanha. A candidatura opositora, ao longo da campanha, lançou diversas críticas contra o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país. Os oficialistas, por sua vez, afirmaram que as críticas visavam preparar terreno para um não reconhecimento do resultado, em caso de derrota da oposição.
O CNE convocou as duas campanhas para, nesta terça-feira (9), firmarem um acordo no qual comprometem-se a reconhecer o resultado final e a respeitar o árbitro eleitoral.
Após alguns apagões registrados na semana passada, o governo acusou a existência de forças desestabilizadoras no país, ordenou a presença das Forças Armadas em todas as estações e centrais de energia e prendeu uma pessoa em flagrante.
O chanceler venezuelano, Elias Jaua, foi a televisão nesta segunda-feira (8) alertar a população sobre a entrada de mercenários da América Central na Venezuela. Jaua afirmou que o Serviço de Inteligência descobriu, por interceptações telefônicas, que o grupo é ligado a Francisco Chávez, preso em 2010, ao tentar entrar na Venezuela com documentos falsos. Segundo o governo, Francisco tem vínculos com Luis Posada Carriles, acusado de atentados em países como Cuba e Panamá.