Uma campanha histórica! Assembléias avaliam proposta conquistada pelos petroleiros

Conheça os principais avanços do ACT 2011





Imprensa da FUP

O Conselho Deliberativo da FUP indicou por unanimidade a aprovação da terceira proposta conquistada e a suspensão da greve. As assembléias começam neste sábado (26), após a Federação concluir a análise jurídica e técnica de todas as cláusulas do acordo proposto.

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Uma campanha histórica!

TFCA fora dos indicadores corporativos. Participação dos sindicatos nas reuniões de todas as CIPAs offshore e nas comissões de apuração de incidentes.  Avanço de nível a cada 12, 18 e 24 meses. Mais um extra turno reconquistado. Descongelamento do ATS. Ganho real de 2,5% a 3,25%. Valorização da AMS… e muito mais!

As conquistas dessa campanha falam por si só. Com luta e organização, os petroleiros arrancaram, passo a passo, uma proposta de acordo que vai além do ganho real e dos inúmeros avanços nas reivindicações sociais. O acordo conquistado consolida, acima de tudo, a vitória da categoria em mais uma batalha ideológica e política no Sistema Petrobrás. Pautamos a defesa da vida nas disputas e enfrentamentos do dia a dia e nas campanhas coletivas. Provamos com a "Operação Gabrielli" que são os gestores os responsáveis pela insegurança crônica que mata, mutila e adoece os trabalhadores. Fomos à luta nas paralisações surpresa, ocupamos refinarias, terminais e aprovamos uma greve pela vida, que repercutiu na sociedade e no governo, possibilitando os avanços conquistados nessa campanha.  

Assim como em 2003, quando resgatamos diversos direitos usurpados ao longo dos anos 90 pelos neoliberais, os petroleiros mais vez fazem história. Reconquistamos a progressão salarial a cada 12 e 18 meses, como era praticada até 1997, antes do tucanato acabar com esse direito. Fomos além e garantimos o avanço automático por antiguidade de um nível integral a cada 24 meses, independentemente da avaliação do gerente. Também recuperamos mais um extra turno (sete de setembro) e o descongelamento do ATS (anuênio), outros dois direitos atacados no governo FHC.

Conquistas que demonstram a força e a organização dos petroleiros no enfrentamento com as gerências. Vencemos uma importante batalha, mas a luta em defesa da vida e contra os abusos e excessos das gerências continua. Seguiremos denunciando e resistindo à truculência e arrogância dos gestores que teimam em repetir o passado, assediando e ameaçando o trabalhador, violando leis e direitos, atropelando normas de segurança e desafiando a categoria, ao atacarem nossas organizações, com práticas antissindicais.

Ninguém duvide da força e da organização dos petroleiros

O poder de luta dos petroleiros e a força de sua organização sindical foram preponderantes para os avanços conquistados. A campanha reivindicatória já começou quente, com um ato classista realizado no dia 21 de setembro, no Rio de Janeiro, em conjunto com os bancários e os companheiros dos Correios que estavam em greve. Cerca de três mil trabalhadores de diversas categorias, além de estudantes e militantes sociais, tomaram a Candelária, a Avenida Rio Branco e a Avenida Chile, em defesa da vida e por aumento real de salários. Em frente ao prédio da Petrobrás, a FUP e seus sindicatos fincaram mais de 300 cruzes, em protesto contra cada um dos petroleiros mortos em acidentes de trabalho nos últimos 16 anos.

Em todas as seis rodadas de negociação com a Petrobrás, a defesa da vida foi priorizada em mesa pela FUP. Mesmo com os avanços conquistados na segunda proposta, após mais de 12 horas de negociação no dia 10 de novembro, o Conselho Deliberativo avaliou que ainda não contemplavam as principais reivindicações da categoria, principalmente em relação a saúde e segurança. Os petroleiros, que já haviam aprovado a greve por tempo indeterminado em defesa da vida, mais uma vez responderam ao chamado da FUP e rejeitaram a contraproposta, anunciada como definitiva pela empresa.

 Mobilizações respaldaram negociação

Ao longo de toda a campanha, a FUP e seus sindicatos, através do Conselho Deliberativo, conduziram coletivamente o processo de negociação e os encaminhamentos levados à categoria. Foram cinco reuniões do Conselho e um seminário nacional de preparação da greve, que discutiu estratégias de controle e parada de produção.

Fortalecida pelas mobilizações e pela aprovação da greve, a FUP buscava avanços no processo de negociação com a Petrobrás e também através de interlocuções com o governo, através de reuniões com o Ministro Gilberto Carvalho, algumas delas em conjunto com a CUT e os movimentos sociais. A pressão surtiu efeito e garantiu a reunião do dia 21 com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, onde a FUP reiterou as principais reivindicações dos petroleiros.

Denúncias das práticas antissindicais

Em duas reuniões com a Procuradoria Geral do Trabalho, a FUP denunciou as práticas antissindicais da Petrobrás e subsidiárias nas mobilizações e enfrentamentos ocorridos durante a campanha reivindicatória.  Diversas ações de flagrante desrespeito à livre organização sindical foram relatadas e denunciadas pelos trabalhadores e sindicatos, como equipes de contingência nas plataformas e demais áreas operacionais; cárcere privado e interditos proibitórios na greve da Bahia; pressão, assédio e ameaças aos petroleiros que participam das paralisações surpresa e "Operação Gabrielli"; proibição da presença de dirigentes sindicais nas áreas, entre outras truculências. Mais uma vez, os gestores do Sistema Petrobrás descumpriram a Lei de Greve e demonstraram total despreparo para atuar em situações de conflito.