A presidente da UNE ressalta a importância da unidade dos estudantes na luta pela nova lei do petróleo


A campanha "O Petróleo tem que ser nosso" tem reunido diversos movimentos sociais de todo o Brasil. Além das manifestações de rua, a campanha vem criando comitês nos estados e mobilizando entidades civis, parlamentares e movimentos estudantis.

Em entrevista ao Portal da FUP, a presidente da UNE, Lucia Sumpf, fala sobre os  preparativos da passeata que será realizada dia 16 de julho, em Brasília por uma nova legislação do petróleo e contra a CPI da Petrobrás e afirma que os estudantes estão unidos para novamente fazer parte de uma mudança histórica no Brasil.

A UNE foi precursora de diversos movimentos culturais e nacionalistas. Um deles foi a campanha “O Petróleo é Nosso”, um dos maiores movimentos de opinião pública que resultou na criação da Petrobras, que hoje é uma das empresas mais respeitadas do mundo. No cenário atual, a história se repete, com a campanha do pré-sal – “O Petróleo tem que ser nosso”. Como o movimento estudantil encara este novo desafio?

A UNE encara esta campanha com a mesma garra e consciência do passado, ou seja, com a certeza de que somos responsáveis pelas mudanças necessárias para o nosso país. Nosso objetivo é esclarecer e ressaltar a importância do pré-sal para o desenvolvimento do país e fazer com que a sociedade se mobilize de fato pela soberania nacional. Por isso, mais uma vez, os estudantes saem às ruas, certos de que através da união dos movimentos estudantis e sociais, vivenciaremos uma nova mudança histórica no Brasil.

A UNE junto com as centrais sindicais e movimentos sociais está organizando uma grande passeata para o dia 16, que pretende reunir 20 mil pessoas em Brasília, por uma nova lei do Petróleo. Como estão os preparativos para esta manifestação?

Jovens de 27 estados estão se preparando para o Congresso Nacional dos Estudantes que acontece de 15 a 19 de julho juntamente com a passeata que será realizada no segundo dia das nossas atividades. Tradicionalmente, nós organizamos algumas manifestações durante o Congresso, agora com este motivo, não vamos fugir a regra, os estudantes vão se unir aos trabalhadores e aos movimentos sociais engajados nesta campanha, vide ao último ato realizado no inicio do mês, em Brasília e certamente darão continuidade às manifestações em seus estados. E além dos estudantes, estarão presentes representantes das centrais sindicais e de movimentos sociais. Contamos com a presença de todos, inclusive, dos petroleiros.

Durante o 51° Congresso da UNE, a questão da nova lei do petróleo será debatida pelos estudantes?

Sim. Um dos objetivos do Congresso é ratificar a importância do envolvimento dos estudantes na luta pela soberania nacional. Teremos mais de uma mesa de debate com representantes da estatal, parlamentares e representantes dos movimentos sociais envolvidos na campanha “O Petróleo tem que ser nosso”.

O movimento estudantil teve papel de destaque no último ato pela nova lei do petróleo e em defesa da Petrobrás, realizada no último dia 8, em Manaus. Como você avalia a participação dos estudantes nas demais manifestações realizadas pelo Brasil?

A UNE tem uma responsabilidade histórica de luta e conscientização da população, principalmente entre os jovens, que quando se unem, têm a força para reivindicar e conquistar seus direitos. Diante disso, vejo que os estudantes estão posicionados nesta campanha, porque entendem que os recursos do pré-sal podem pagar uma divida social com a sociedade, e garantir grande qualidade de vida para a população brasileira, no futuro, e também compreendem que a CPI da Petrobras representa um atraso na mudança da lei do petróleo. Essa consciência é muito importante e tenho certeza que a cada dia ganharemos mais adeptos à campanha, até conseguirmos alcançar o objetivo final que é a soberania nacional.
 
Desde o início da campanha “O Petróleo tem que ser nosso”, existe uma certa aliança institucional entre a FUP e UNE, entre outros movimentos. Quais são as propostas da UNE para consolidar esta aliança?

Além de dar seguimento às manifestações pelo Brasil, nosso intuito é aprofundar os debates entre todos os movimentos envolvidos na campanha e fazer com que esta força chegue ao governo para que todas as reivindicações sejam aceitas.

Além das campanhas pela soberania nacional, também estamos presenciando uma forte consciência ambiental, que culminou numa nova campanha cosmopolita pela soberania energética. A UNE também veste essa camisa?
 
Sim. Na verdade a campanha do pré-sal também faz parte da longa discussão sobre a utilização consciente dos recursos naturais. No 51º CONUNE faremos amplos debates sobre as matrizes energéticas do nosso país e certamente a UNE vai contribuir para essa conscientização.