Sindipetro-NF realiza curso de qualificação para cipistas eleitos

O objetivo do curso é preparar os cipistas para os embates com a Petrobrás e empresas privadas na luta por segurança…





Com informações do Sindipetro-NF

O Sindipetro-NF realizou nesta terça, 18, e quarta-feira, 19, um curso para cipistas do sistema Petrobrás. Foram incritos 45 trabalhadores que atuam nas CIPAs das plataformas da Bacia de Campos, mas somente 28 puderam comparecer, pois a empresa não liberou os demais inscritos. O curso foi focado na qualificação dos cipistas e definição de estratégias para os trabalhadores ampliem a luta por segurança. "Um curso com o olhar do trabalhador e das organizações de trabahadores que auxiliam os cipistas no dia a dia do trabalho, que vem fortalecer nossa organização a partir do local de trabalho", declarou o presidente da CUT-RJ, Darby Igayara, que participou da abertura do curso, junto com o diretor da FUP, Francisco José.

O dirigente da FUP lembrou que os trabalhadores da Bacia de Campos saíram de um modelo de Cipão para o novo formato de Cipa por plataforma e unidades.  "A Federação e seus sindicatos vão reafirmar que esse modelo seja exercitado por todo movimento sindical petroleiro", pontuou Chico Zé.
 

O coordenador do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, lembrou que o Anexo 2 da NR-30  é um marco divisor das iniciativas em prol da segurança do trabalhador embarcado. Ele ressaltou que o curso promovido pelo sindicato pode ser o pontapé inicial para mudar a triste realidade da indústria de petróleo, principalmente do setor privado. "Questiono se nos incomoda a morte de um companheiro de trabalho, sua mutilação, a subnotificação de acidentes. Se entendermos que isso não incomoda, a gente pode parar por aqui. Caso contrário, a gente continua. É disso que estamos falando. Nossa responsbilidade é muito grande no setor petróleo, que crescerá de  forma espantosa. Nossa geração que determinará quais serão as normas de segurança para o futuro".

José Maria declarou que já passou da hora dos petroleiros fazerem uma greve por segurança nas empresas do setor. Ele destacou que para os patrões, os trabalhadores são meras peças de reposição e deu como exemplo o último acidente no golfo do México, onde a imprensa não  fala nos 11 trabalhadores mortos, só no vazamento. José Maria também criticou o fato da maioria das gerências da Petrobrás e das empresas prestadoras de serviço não terem liberado os trabaladores cipistas eleitos que estavam embarcados. E alertou que isso comprova que os trabalhadores terão uma disputa com a Petrobrás nessa área. "Não tenho dúvida que isso vai desembocar numa greve na Bacia de Campos, já passou da hora, só assim o governo, as empresas e orgãos de fiscalização vão nos ouvir" conclui. 

"O cipista qualificado tem como questionar o patrão"

O diretor do Sindipetro-NF e da CUT/RJ, Vítor Carvalho, abordou o funcionamento das Cipas, com base na NR-5. Ele fez questão de frisar a importância do cipista conhecer suas aricuições, principalmente aquela que diz respeito a ele poder solicitar cópias das CATs. Para o NF isso é fundamental, porque já ocorreu o caso de uma CAT ser emitida 143 dias após a ocorrência do acidente e se o cipista solicitasse essas cópias e trabalhasse em conjunto com o sindicato, casos como esse poderiam deixar de acontecer. Além de possibilitar a agilidade na resolução dos problemas e acompanhamento dos acidentes.

"O cipista capacitado tem como questionar o patrão e conseguir uma intervenção mais efetiva. Também não temos dúvida que o trabalho coletivo é transformador", comentou Vítor.

Anexo II da NR-30

O Sindipetro-NF fez uma apresentação sobre as conquistas dos trabalhadores na comissão tripartite que discutiu o Anexo II da NR-30. participam dos debates, os representantes do Ministério do Trabalho, Luiz Sergio de Oliveira e José Roberto Aragão; o representante da Petrobrás, Carlos Alberto Campos Monteiro; e o diretor do Sindipetro-NF, Armando Freitas.

José Roberto Aragão fez uma explanação geral sobre o novo anexo e, assim como todos os outros representantes, ressaltou o fato dessa ser a primeira norma feita no mundo voltada para as plataformas de petróleo. "Não inventamos a roda, seguimos a experiência e o que já vem dando certo para adaptarmor para essa nova Norma" – disse Aragão.

A Norma que é chamada de Almirante Vidigal em homenagem a um dos membros da comissão que faleceu antes da sua finalização, traz os direitos mínimos que devem ser seguidos pelas empresas brasileiras e estrangeiras instaladas em águas nacionais.