CUT e Movimentos Sociais entregam carta aberta ao Consulado de Honduras

Na manhã desta terça-feira (30), a CUT e entidades dos movimentos sociais realizaram…

CUT

Na manhã desta terça-feira (30), a CUT e entidades dos movimentos sociais realizaram um ato em frente a Consulado de Honduras, na capital paulista, para entrega de uma carta aberta de repúdio ao golpe de estado ocorrido em Honduras e apoio à luta do hondurenho.

O documento remetido ao cônsul-geral honorário, Dr. Fábio Ferraz Bicudo Junior, foi recebido pela secretária do Consulado, após ter informado que o cônsul está em viagem ao exterior.

 
Os representantes dos movimentos sociais solicitaram uma audiência com o cônsul-geral, agendada para o início da próxima semana.

Confira abaixo o documento:

 
São Paulo, Brasil – 30 de junho de 2009

 Carta aberta ao Consulado de Honduras e ao Povo Hondurenho

É com o sentimento de indignação que nós, organizações e movimentos sociais, sindicais e estudantis do Brasil abaixo assinados, recebemos a notícia de que o povo hondurenho sofreu um golpe militar a partir do seqüestro do seu Presidente Manuel Zelaya na madrugada do último dia 28.

Repudiamos veementemente tal ato, pois atenta contra ao processo democrático em curso naquele país, construído à custa de muitas lutas sociais e populares por trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, que na edificação da democracia Hondurenha tombaram e tiveram suas vidas ceifadas.

O povo latino-americano vem assistindo e participando do processo de reconhecimento dos seus direitos, que junto com as organizações sociais, sindicais e estudantis vêm construindo processos internacionais e continental de solidariedade. Em decisão soberana, a população hondurenha iria ratificar através de plebiscito a decisão contra o retorno das oligarquias ditatoriais ao poder. Como resposta a esse processo popular, essas oligarquias golpearam duramente tal processo democrático em curso, tentando imobilizar o povo.
 
Esse golpe de estado reacende nossa memória sobre as décadas de ditadura iniciada na década de 60 em toda América Latina. É essa memória de lutas e resistência que nos leva a reforçar e apoiar a luta do povo Hondurenho e exigir:
 

1.          A volta imediata do presidente Manuel Zelaya ao comando do país;

 

2. O restabelecimento da ordem constitucional, sem o derramamento de sangue e sem repressão à população, que exige o retorno da democracia;

 

3.  Que seja respeitada a integridade física das lideranças sociais

                4.    Que as autoridades garantam em pleno exercício democrático a         consulta  popular, como forma de livre expressão;

Reafirmamos nossa solidariedade ao povo hondurenho, ao presidente Manuel Zelaya e às organizações e movimentos sociais que levam a cabo – e seguirão levando – as decisões soberanas do povo hondurenho e condenamos veementemente essa ação antidemocrática.