Petroleiros da Repar fazem ato em solidariedade à greve na PBio

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina organizou um protesto em frente à Repar, em Araucária, nesta quinta-feira (20), em apoio à greve dos trabalhadores da Petrobrás Bio combustível (PBio).

Os empregados das usinas da subsidiária em Montes Claros, Minas Gerais, e Candeias, na Bahia, além do escritório administrativo no Rio de Janeiro, iniciaram uma greve por tempo indeterminado também nesta quinta, com o objetivo de denunciar os prejuízos da privatização da PBio e abrir negociação com a gestão da Petrobrás para manutenção dos empregos de todos os petroleiros que, mesmo sendo concursados, estão sob ameaça de serem demitidos, se a venda das usinas for concretizada. São 150 postos de trabalho em risco.

O ato na Repar alertou sobre esse crime de lesa-pátria. O Brasil é o terceiro maior mercado de biodiesel do mundo, mas a despeito de sua importância, a PBio está sendo desmontada desde 2016, quando a gestão indicada pelo governo de Michel Temer fechou a usina de Quixadá, no Ceará, interrompendo a produção de cerca de 100 mil metros cúbicos de biodiesel por ano. Além disso, a Petrobrás abriu mão da participação em diversas outras usinas. A gestão bolsonarista intensificou o desmonte da subsidiária e colocou à venda as usinas de Montes Claros (que tem capacidade produtiva de 167 mil metros cúbicos de biodiesel por ano) e de Candeias (que pode produzir 304 mil metros cúbicos), anunciando a saída da Petrobras do setor de biocombustíveis, na contramão das grandes empresas de energia.

A PBio também operava até o ano passado no Paraná, mas a gestão bolsonarista vendeu, em dezembro de 2020, a totalidade das ações (50% do capital) da Usina de Biodiesel de Marialva (PR), com capacidade de produção de 414 mil m³/ano, para a empresa BSBios.

Para além dos prejuízos das privatizações no setor de biodiesel, os dirigentes sindicais que conduziram o protesto na Repar socializaram informações sobre a pandemia e denunciaram o descaso da gestão da refinaria na mesa de negociação com o Sindicato ao não apresentar as informações requisitadas sobre os casos de Covid-19 na unidade.

Ao final, houve homenagem às vítimas do coronavírus com uma longa salva de palmas. A gestão genocida do governo federal já causou mais de 442 mil vidas perdidas no Brasil e a péssima atuação na pandemia só faz aumentar a pilha de mortos. Os nomes de Daniel Müller e Valdir Duma, os dois últimos falecidos por coronavírus nos quadros da Repar, foram lembrados.

[Da imprensa do Sindipetro-PR/SC]