Parada de manutenção na RLAM causa aglomeração e pode aumentar número de infecções e mortes por Covid-19

A direção do Sindipetro Bahia recebeu denúncias sobre aglomerações de trabalhadores terceirizados nos portões 3 e 6 da Refinaria Landulpho Alves e de falta de cuidados preventivos contra a Covid-19 durante a parada de manutenção da RLAM que ocorre agora, em um dos piores momentos da pandemia da Covid-19, no Brasil. O país registrou 1.738 mortes pela doença nas últimas 24 horas e totalizou na segunda (12) 355.031 óbitos desde o início da pandemia, de acordo com balanço do Consórcio de Veículos de Imprensa, divulgado na segunda (12), sendo que nos últimos 7 dias a média móvel de mortes no país chegou a 3.125.

A direção do Sindipetro Bahia, após apresentar denúncia contra a RLAM ao Ministério Público do Trabalho (Processo nº 000548.2020.05.000/9) conseguiu adiar por duas vezes a parada de manutenção. O pedido da entidade sindical foi para que a parada fosse adiada por mais tempo, mas a gerência da RLAM não atendeu à solicitação do sindicato.

Também não houve negociação com o Sindipetro para que pudessem ser estabelecidas normas mais rígidas de segurança, levando em conta os procedimentos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no que diz respeito à prevenção contra a Covid-19.

De acordo com os trabalhadores, aglomerações nos portões 3 e 6 acontecem todos os dias porque a Petrobrás não liberou os crachás provisórios dos trabalhadores contratados para participar da parada de manutenção, o que agilizaria a entrada na refinaria.

Imagens e fotos mostram descaso da gerência

Dentro da unidade, ainda de acordo com os trabalhadores, a situação não é melhor. O Sindipetro Bahia recebeu fotos e vídeos que mostram empregados aglomerados nos pátios e próximo ao relógio de ponto.

As imagens provam o descaso da gerência da RLAM com os trabalhadores, principalmente os terceirizados, durante a parada de manutenção.

O Sindipetro Bahia e a Federação Única dos petroleiros (FUP) já haviam alertado à Petrobras que as paradas de manutenção, nesse momento, podem piorar o quadro de contaminação pelo vírus, pois aumenta o número de trabalhadores nas áreas da unidade e os refeitórios e vestiários costumam ficar cheios. “Mas como a gerência da RLAM resolveu assumir o risco, deve ficar ciente que também deve arcar com as consequências dos seus atos, em caso de mortes ou aumento do número de infectados pela Covid-19 na refinaria”, alerta a entidade sindical.

Dois trabalhadores da RLAM já perderam suas vidas após contrair o vírus da Covid-19. A gerência da refinaria não divulga os casos de infectados, mas no mês de fevereiro, o Sindipetro havia contabilizado, através de denúncias dos próprios trabalhadores, mais de 60 empregados com Covid na RLAM. Em relação aos terceirizados há ainda maior dificuldade de conseguir informações.

De acordo com o último boletim de monitoramento da Covid-19, divulgado, no dia 12/04, pelo Ministério das Minas e Energia, hoje há 312 casos confirmados de empregados da Petrobrás com o novo coronavírus. O relatório aponta ainda 47 hospitalizados e 22 óbitos.

Fonte – Sindipetro Bahia