CUT, MAB, MST e outras entidades fortaleceram as ações solidárias da FUP e de seus sindicatos para levar combustíveis a preço justo para a população em 11 cidades do país. Mobilização integrou o dia nacional de luta em defesa das estatais, do serviço público, do auxílio emergencial e por Vacina Já
[Da imprensa da FUP, com informações dos sindicatos |Foto: Pedro Henrique Caldas]
Em mais uma mobilização nacional contra a política de Preços de Paridade de Importação (PPI) praticada pela gestão da Petrobrás, a FUP e seus sindicatos distribuíram nesta quinta-feira, 04, cerca de 22 mil litros de gasolina, 10 mil litros de óleo diesel e 450 botijões de gás a preços justos. A ação foi realizada em 10 cidades, em oito estados do país.
Os combustíveis foram subsidiados e vendidos a R$ 3,50 o litro da gasolina, a R$ 3,09, o litro do diesel e a R$ 40,00, o botijão de gás de 13 kg, ou seja, quase metade do preço praticado no mercado. Esses valores foram definidos a partir de estudos elaborados por técnicos e economistas, levando em consideração os preços e custos da Petrobrás e a garantia de lucratividade de empresas produtoras, distribuidoras e revendedores.
As ações de gasolina e diesel a preços justos priorizaram motoristas de aplicativos, entregadores, taxistas, motoboys e caminhoneiros. Já a venda de botijão de gás pela metade do preço foi realizada em comunidades da periferia, como Padre Miguel, no Rio de Janeiro, e os bairros da Pedreira, Águas Linda, Marambaia e Guamá, em Belém, no Pará, onde a ação foi feita exclusivamente para mulheres chefes de família.
As mobilizações integraram o Dia Nacional de Luta convocado pelas centais sindicais em defesa das estatais, do serviço público, do auxílio emergencial e por Vacina Já. As ações pelo preço justo para os combustíveis têm sido realizadas pela FUP e seus sindicatos desde novembro de 2019 e pela primeira vez contaram com a participação da CUT e de movimentos sociais, como o MAB e MST.
Em Recife, por exemplo, a ação do Sindipetro-PE/PB, em parceria com o MST, doou 50 botijões de gás e uma tonelada e meia de produtos agroecológicos para famílias em situação de vulnerabilidade. Em Belém, a ação foi realizada também em parceria com a CUT e o MAB.
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Além de protestar contra os preços abusivos dos combustíveis, os trabalhadores irão denunciar o impacto das privatizações para a população. No caso do Sistema Petrobrás, o desmonte da empresa está diretamente relacionado à política de preços dos derivados de petróleo, implantada pelo governo Temer, em 2016, quando a gestão da petrolífera passou a reajustar os produtos nas refinarias, com base no Preço de Paridade de Importação (PPI).
Desde então, a FUP e seus sindicatos vêm mobilizando os trabalhadores e dialogando com a sociedade, mostrando que é possível a Petrobrás voltar a cumprir o seu papel social, não só em relação a garantir o abastecimento nacional com preços justos para a população, como também através de investimentos no país e da integração da empresa. O governo Bolsonaro, no entanto, intensificou o desmonte e as privatizações iniciadas no governo Temer, colocando à venda oito refinarias, terminais, redes de gasodutos e subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Liquigás, que já foram privatizadas.
O resultado desta política é o aumento do desemprego, avanço da desindustrialização e desnacionalização, além de preços abusivos para o consumidor. Somente neste ano de 2021, os reajustes dos derivados nas refinarias da Petrobrás chegam a 41,5% para a gasolina; 34,1% para o diesel; e a 17,1% no gás de cozinha. Só a gasolina já aumentou cinco vezes em dois meses.
Se o petróleo é extraído no Brasil e refinado aqui, por que a população tem que comprar gás de cozinha, gasolina e diesel com preços lá de fora e custos de importação? O coordenador do @SindipetroMG , Alexandre Finamori, explica. #NaoDeixemVenderOBrasil pic.twitter.com/8maqdO88GP
— Federação Única dos Petroleiros (@FUP_Brasil) March 4, 2021
A ação solidária dos petroleiros por preços justos para os combustíveis continua na próxima semana, com venda subsidiada de mais 2 mil litros de gasolina em Mossoró, no Rio Grande do Norte, promovida pelo Sindipetro-RN: de 3 mil litros de gasolina em Vitória, no Espírito Santo, e de 50 botijões de gás no próximo dia 15, em Porto Alegre, numa ação conjunta do Sindipetro-RS e do MAB.
Veja como foram as ações desta semana
Manaus – foram vendidos 2 mil litros de gasolina a R$ 3,50 o litro para os taxistas
Belém – foram vendidos 100 botijões de gás a R$ 40,00 para mulheres da periferia
Recife – foram doados 50 botijões de gás e 1,5 tonelada de alimentos
Simões Filho (BA) – foram vendidos 10 mil litros de diesel a R$ 3,09 para caminhoneiros
Feira de Santana (BA) – foram vendidos 2.800 litros de gasolina a R$ 3,50 o litro
Linhares (ES) – foram vendidos 3.000 litros de gasolina, com R$ 2,00 de desconto por litro [ação aconteceu na quarta, 03/03]
São Mateus (ES) – foram vendidos 3.000 litros de gasolina, com R$ 2,00 de desconto por litro [ação aconteceu na terça, 02/03]
Belo Horizonte – foram vendidos 6.000 litros de gasolina a R$ 3,50 o litro exclusivamente para entregadores e motoristas de aplicativo
Rio de Janeiro – foram vendidos 300 botijões de gás a R$ 40,00
São Paulo – foram vendidos 5.000 litros de gasolina a R$ 3,50 o litro exclusivamente para motoristas de aplicativo e entregadores
* Fortaleza – a venda de 1.700 litros de gasolina que estava prevista para acontecer hoje foi cancelada devido ao lockdown decretado pela prefeitura
Próximas ações
Mossoró (RN) – serão vendidos 2.000 litros de gasolina entre os dias 08 e 12/03
Vitória (ES) – serão vendidos 3.000 litros de gasolina no dia 17/03
Porto Alegre (RS) – serão vendidos 50 botijões de gás no dia 15/03