Depois da disparada de 8% em 18 de janeiro, a gasolina terá novo aumento. A Petrobras anunciou nesta terça-feira (26/1) mais um reajuste, desta vez de 5%. Com isso, o combustível acumula alta de 13,4% em 2021. O diesel também será reajustado em 4,4%. Os novos valores passam a vigorar a partir desta quarta-feira (27), às vésperas da greve que os caminhoneiros vêm anunciando para o dia primeiro de fevereiro.
“Com a privatização das refinarias a tendência é que o preço dos derivados aumente ainda mais. O projeto de petróleo que o país está seguindo é o de submissão ao mercado internacional, sem o mínimo debate sobre os interesses nacionais, sem compromisso com a responsabilidade social, apenas com o lucro”, afirma Rodrigo Leão, coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Desde 2016, a gestão da Petrobrás pratica uma política de reajuste dos derivados baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI), que varia conforme os valores do mercado internacional. “Por conta dessa política, estamos sofrendo com aumentos descontrolados de derivados, como a gasolina, o gás de cozinha, o gás natural e o diesel, o que inviabiliza setores estratégicos da economia, além de afetar massivamente a população”, alerta o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.
Há menos de duas semanas, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) recorreu ao órgão de defesa da concorrência contra a Petrobras, cobrando ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Agência Nacional do Petróleo (ANP) que analisem os valores praticados pela petroleira. O motivo da representação é que os importadores avaliam que a Petrobrás está vendendo diesel e gasolina com preços abaixo das cotações no mercado internacional.
[Imprensa da FUP, com informações das agências de notícias | Foto: Rodrigo Carvalho/Hora do Povo]