Deputado Paulo Ramos cobra que o MPF apure denúncia da FUP de irregularidades na mudança de gestão da AMS

Com base em denúncias apresentadas pela FUP sobre uma série de irregularidades na mudança de gestão da Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, o deputado federal Paulo Ramos (PDT/RJ) ingressou com representação junto ao Ministério Público Federal, cobrando investigação dos fatos. (Veja aqui a íntegra do docimento).

À revelia das entidades sindicais e descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho, a diretoria executiva da Petrobrás e o Conselho de Administração da empresa aprovaram uma alteração drástica na gestão do plano de saúde, que atende cerca de 246 mil petroleiros, aposentados e seus dependentes. A AMS deixará de ser gerida pelo RH, através do modelo de autogestão, e passará a ser administrada por uma entidade privada.

A direção da Petrobrás contratou uma consultoria, a Deloitte Touche Tohmatsu, para dar inicio à criação da entidade que será responsável pela gestão do plano. Só com essa consultoria, a estatal irá desembolsar R$ 600 milhões. Para a constituição do patrimônio da nova entidade, lá se vão mais R$ 2 bilhões. A gestão da empresa também contratou uma assessoria específica para coordenar a transição, ao custo de R$ 30 mil mensais.

Em live recente para os trabalhadores, o presidente da Petrobrás, Castello Branco, afirmou que a mudança aprovada irá melhorar a gestão da AMS, o que não é verdade. “Se essa mudança se concretizar, estaremos diante de um grande escândalo financeiro e moral”, afirma o diretor da FUP, Paulo César Martin, que respondeu, em vídeo, as falácias do presidente da empresa sobre o plano de saúde dos trabalhadores.

Ao afirmar que a mudança de gestão do plano trará uma redução de custo de R$ 6,2 bilhões nos próximos 10 anos, Castello Branco só confirma os alertas da FUP, de que haverá prejuízos para os beneficiários. Quem pagará a conta dessa suposta economia são os trabalhadores da ativa e os aposentados e pensionistas, que serão impactados financeiramente e também com a queda da qualidade do atendimento.

A AMS é um patrimônio da categoria petroleira, que sempre lutou muito pela sua sustentabilidade, contribuindo através da co-participação e garantindo, assim, a qualidade e abrangência do plano. “É clara a intenção desta gestão de destruir a assistência médica da categoria. Não vamos abrir mão da AMS e nem entregá-la aos mercadores da saúde”, afirma Paulo César.


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[FUP]