Sindipetro-BA protesta contra PDV apresentado pela Petrobras

 

Enquanto a Petrobras nega a pretensão de encerrar as atividades na Bahia, o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-BA) afirma que a empresa já até anunciou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Segundo a entidade, o PDV foi apresentado na última sexta-feira (13) e visa atingir os trabalhadores de unidades como o prédio Torre Pituba, localizado no bairro do Itaigara, em Salvador.

“Nós já tínhamos anunciado isso. A Petrobras tem uma lógica de mentir para a imprensa, tanto é que a cada movimento interno, ela desconstrói aquilo que tenta passar para a imprensa. Ou seja, ocorrerá sim demissões de trabalhadores terceirizados, de trabalhadores próprios e, naturalmente, essas demissões vão impactar a economia do estado”, destaca Radiosvaldo Costa, diretor de Comunicação do sindicato, em entrevista ao Bahia Notícias. Ele foi um dos sindicalistas à frente do protesto realizado na manhã desta segunda-feira (16), em frente à Torre Pituba.

Na ocasião, Costa disse que apenas os servidores concursados da empresa injetam cerca de R$ 80 milhões na economia baiana mensalmente. Dessa forma, o impacto do fechamento das unidades da Petrobras na Bahia acarretaria em perda de receita para o estado, além de aumentar o alto índice de desemprego – hoje em 17,3%, segundo dados do IBGE (saiba mais aqui) -, já que o caminho para os trabalhadores terceirizados seria a demissão.

“Há uma tensão e um assédio sem precedentes na Petrobras sobre seus trabalhadores. Eles estão temerosos, tensos, abalados psicologicamente por conta de toda essa pressão, que hoje a própria direção da empresa promove. Os trabalhadores não querem ir para outros estados. A pessoas têm famílias aqui, questões pessoais que lhe impedem de ser transferidas, além de que o custo de vida é menor do que nos estados onde eles estão apresentando como alternativa, então tudo isso está abalando a força de trabalho”, reforça o diretor.

De acordo com Costa, na Bahia, há cerca de quatro mil trabalhadores concursados da Petrobras e cerca de 13 mil terceirizados, contratados por diversas empresas. Diante desse quadro, o Sindipetro deu início a uma trabalho de mobilização com a categoria, com a classe política e com demais membros da sociedade, a fim de demonstrar resistência à medida. Também diretor de Comunicação do sindicato, Luciomar Machado confirma um ato com movimentos sociais e entidades diversas por volta das 15h, no Hotel Fiesta, e uma reunião com trabalhadores do Conjunto Pituba, para discutir formas de enfrentar essa situação, às 16h, no mesmo local.

PLANO DE DEMISSÕES

Documentos compartilhados pelo sindicalista com o BN exibem o plano divulgado pela empresa. De acordo com o documento, o “processo de desinvestimento” prevê três etapas: recrutamento interno, procedimento de desligamento por acordo (PDA) e o já citado Programa de Desligamento Voluntário (PDV) Específico.

“Essas iniciativas estão alinhadas à estratégia da Petrobras de uma gestão ativa de portfólio. Nesse processo, comum a outras empresas de petróleo, a companhia está desinvestindo em alguns ativos e focando em outros mais alinhados com sua expertise, buscando assim o aumento da geração de valor e maior competitividade frente aos seus concorrentes”, diz a empresa em nota publicada em seu site oficial.

A Petrobras, no entanto, nega que com isso esteja encerrando de forma integral as atividades no estado. Ela informa que se trata de uma redução das operações no Nordeste, o que também ocorre em unidades de outras regiões (saiba mais aqui).

[Via Bahia Notícias]