Fechamento de unidades da Petrobrás gera transferências e demissões de trabalhadores

 

A gestão da Petrobrás volta a afrontar a categoria e anuncia, em plena negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), demissões e transferências de trabalhadores em diversas unidades da empresa.

Na Bahia, a Petrobrás comunicou a demissão de cerca de 2 mil terceirizados e a transferência de 1.500 trabalhadores próprios, em função da desativação do seu edifício sede em Salvador (Torre Pituba).

O mesmo acontecerá no Rio Grande do Norte, com o fechamento da sede da empresa em Natal. Lá também, os gestores já comunicaram a demissão de cerca de 6.500 trabalhadores terceirizados e a transferência de outros 1.740 trabalhadores próprios.

No Edisp, edifício sede da estatal em São Paulo que já foi desativado, os trabalhadores foram transferidos e os contratos com terceirizados, encerrados.

Em Macaé, no Norte Fluminense, os trabalhadores do Edifício Novo Cavaleiros (Edinc) foram comunicados em julho que a unidade será desativada até 2020. O Sindipetro-NF ficou sabendo do fato pela imprensa.

Na ultima semana, foi a vez dos trabalhadores do setor de Suprimentos de Bens e Serviços (SBS) de Minas Gerais, lotados na Refinaria Gabriel Passos (Regap) receberem a notícia que serão transferidos para outros estados.

Os petroleiros foram informados durante uma apresentação feita pela gestão da Regap, que sequer comunicou o fato ao Sindipetro-MG. A princípio, os trabalhadores devem ser realocados em unidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

De acordo com a Petrobrás, eles terão um período de menos de 15 dias para escolherem entre um dos três estados – onde a companhia deve concentrar sua atuação – e devem ser transferidos até o final do primeiro trimestre de 2020. Ainda conforme a empresa, todo o setor de SBS será concentrado nesses estados e, por isso, o deslocamento de trabalhadores.

As transferências de trabalhadores próprios e demissões de terceirizados vêm ocorrendo desde a gestão de Pedro Parente, quando foi iniciado o processo de desmonte da Petrobrás. Com a intensificação da privatização – o atual presidente da Petrobrás, Castello Branco, já revelou que seu sonho é vender toda a empresa – várias unidades estão sendo fechadas.

“A atual gestão da Petrobrás segue demonstrando que não tem qualquer compromisso e respeito com sua força de trabalho. Enquanto falam em boa fé negocial, em meio ao processo de negociação do Acordo Coletivo, a empresa anuncia a transferência de trabalhadores e fechamento de unidades. Isso tudo sem qualquer negociação com o Sindicato”, avalia o diretor do Sindipetro-MG, Felipe Pinheiro

A FUP solicitará uma reunião de urgência com a gerência do SBS da Petrobrás para cobrar esclarecimentos sobre a transferência dos trabalhadores.

[Com informações do Sindipetro/MG]