O problema é a política

 

O Brasil consome 1,9 milhões de barris de petróleo por dia, nossa produção está em 2,6 milhões de barris/dia e nossa capacidade de refino em 2,4 milhões de barris. Assim, somos um país praticamente autossuficiente de petróleo, posição invejável no mundo moderno. Mas, porque então estamos vivenciando mais uma crise neste setor. O principal motivo está na opção adotada pela Petrobras em manter seus preços de derivados em paridade com o mercado internacional. Por que a empresa faz isso? Levando os trabalhadores brasileiros a pagarem preço altos no diesel, na gasolina e no gás de cozinha.

A resposta está na tentativa de privatização das refinarias da Petrobrás. A política de preços dos combustíveis praticada pela atual gestão da companhia visa atrair os pretensos compradores na obtenção de lucros fáceis e rápido. Em contrapartida, há impacto no custo de vida da população. Somente nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 4,58%, o reajuste aplicado na gasolina chega a 15,5% e no diesel 13,6%. Assim, quando comparamos o preço da gasolina entre os países produtores de petróleo, segundo consultoria Air-Inc, o Brasil apresenta a 2º gasolina mais cara.

País / Preço da gasolina em US$/litro

Noruega 1,89

Brasil 1,34

Angola 0,97

Gabão 0,94

China 0,92

México 0,82

EUA 0,62

Fonte: Consultoria Air-Inc, retirado do site https://fpabramo.org.br/2018/02/20/gasolina-brasileira-e-2a-mais-cara-do-mundo/

Desde 2017, quando Pedro Parente e Michell Temer adotaram a nova metodologia de preços dos combustíveis, em que a referência passa a ser o custo do barril de petróleo no mercado internacional e, de maneira deliberada, reduzindo a carga das refinarias, a FUP alertava para quem seria prejudicado por essas escolhas: a população.

A greve dos caminhoneiros e dos petroleiros em 2018 desnudou a intenção dos gestores da Petrobrás, que era da entrega do patrimônio nacional e o favorecimento das importadoras de derivados, que saltaram de 50 para mais de 200, depois do feito desta dupla TEMER/PARENTE.

Hoje o atual presidente da Petrobrás, Castelo Branco, já anunciou que quer vender todo nosso parque de refino, se isso acontecer, vai onerar ainda mais a população brasileira. Portanto, não basta o Presidente da Republica suspender o reajuste no diesel para agradar os caminhoneiros. Tem sim que mudar a política de preços da Petrobrás e proporcionar um maior equilíbrio entre o consumo da população, nossa capacidade de refino e lucratividade da empresa, fortalecendo nosso parque de refino.
Privatizar faz mal ao Brasil e aos Brasileir@s.