“Para levar o Lula daqui vai ter que levar todo mundo junto”, afirma presidente da CUT

O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse à militância que está em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, nesta sexta-feira (6), que a hora é de resistir e denunciar a onda fascista no Brasil e no mundo.

“O Brasil e o mundo vivem uma onda fascista. O que acontece hoje no país, muito mais do que a prisão do lula, é o avanço do fascismo, o retrocesso dos direitos individuais, do respeito ao ser humano”, disse Vagner se referindo a determinação do juiz Sérgio Moro que decretou a prisão de Lula nesta quinta-feira (5).

“Lamentavelmente, a maioria do STF rasgou a Constituição Federal, jogou fora a Carta Magna construída em 1988”, disse Vagner, que conclamou a militância a resistir à injustiça.

“Estamos aqui, e para levar o Lula daqui vai ter que levar todo mundo junto” – Vagner Freitas

O dirigente pediu para que a militância enfrente de cabeça erguida os golpistas se organizando nas periferias, nos locais de trabalho, nas escolas e universidades para defender Lula, a democracia e os direitos.

“Querem acabar com o Congresso, com o MST, com as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, para transformar o país numa ditadura militar, numa república de bananas”, denunciou o presidente da CUT que encerrou defendendo um boicote à TV Globo.

“A Globo quer governar o Brasil, e ela não foi eleita por ninguém” – Vagner Freitas

Em Brasília, o senador Roberto Requião (MDB-PR) disse em discurso em defesa de Lula da  tribuna do Senado que  prender Lula é prender a esperança.

“Prender Lula, é prender a esperança. Mas a esperança não pode ser encarcerada!” – Roberto Requião

O senador criticou também o juiz Sérgio Moro, que decretou a prisão na tarde desta quinta-feira (5). Segundo ele, Moro atropelou a Constituição.  

“É uma tolice do ponto de vista ideológico, mas é seu direito. O que não é direito é ele atropelar a Constituição e a ordem democrática para entregar a nossa soberania aos Estados Unidos”.

Requião disse, ainda, que “a soberania nacional não pode ser encarcerada, nem a soberania popular, nem o referendo revogatório de todos os crimes contra o nosso povo e o nosso futuro que este “governo”, pérfida tropa de ocupação, comete diariamente contra o presente e o futuro da Nação!”

Após seu pronunciamento, Requião assumiu a presidência dos trabalhos e, após o discurso do Senador Paulo Paim (PT/RS), suspendeu a sessão e anunciou que viajaria de Brasília para São Bernardo do Campo, onde se encontra o ex-presidente Lula.

Em vigília na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, diversas autoridades se pronunciaram a favor de Lula e da democracia, considerando a decisão do juiz Sérgio Moro, de mandar prender o ex-presidente como arbitrária.

A vice-presidente da CUT, Carmem Foro, disse que o dia é de dor e luta e pediu mobilização da classe trabalhadora.

“Homens e mulheres se organizem e ocupem as ruas do país. Hoje é dia de mobilizar, juntar e lutar. Não nos renderemos jamais” – Carmen Foro

Já para João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), “prender Lula, é prender o povo”.

Stédile divulgou um vídeo declarando que estamos assistindo a mais um ato do golpe, que os interesses do capital internacional somados aos interesses ao capital nacional operam desde abril de 2016, quando tiraram a presidenta Dilma Rousseff.

“O golpe só se completaria com o impedimento da candidatura do Lula nas próximas eleições. Eles sabem que Lula atende os interesses do povo e da classe trabalhadora”.

Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) relembrou que há 40 anos houve intervenção militar e que a sede do Sindicato dos Metalúrgicos é um local de resistência democrática.

“É um ataque à democracia, à violação da Constituição. O que está em jogo é a democracia no Brasil. A disposição dos movimentos sociais é resistir e permanecer aqui. Por isso, estão chegando caravanas de todo o Brasil“, disse Boulos, que perguntou:

“Eles acham que vão passar por tudo e vai haver silêncio e passividade?” – Carlos Zaratini

Para o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), este é o momento de lutar pela liberdade de Lula e em defesa da democracia. “Esse processo é arbitrário, ilegal, que não levou em conta as provas da defesa. Precisamos fazer atos de desobediência. Não podemos deixar a ditadura se consolidar”, disse ao chamar a população para que ocupe São Bernardo.

Na mesma linha de defesa falou o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR). Para ele, a prisão de Lula é um absurdo. “Este é um momento de resistência ao lado de Lula. Lula vale a luta”.

Para o ex- presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, foi a mídia golpista que determinou a prisão de Lula.

“Lula não cometeu crime. Por isso, estamos denunciando e protestando contra essa justiça parcial cujo único objetivo é impedir Lula sair candidato novamente”.

O ator e diretor Celso Frateschi também foi ao Sindicato dos Metalúrgicos se solidarizar a Lula.

“Estamos aqui fazendo cordão de multidão porque este é um dos momentos mais graves da história do Brasil. Queremos voltar à normalidade, à prosperidade que aprendemos a ter nos governos Lula e Dilma”.

Segundo Frateschi, vemos hoje as nossas riquezas e recursos naturais sendo levadas pelos estrangeiros, para os poderosos de maneira impune.

“Hoje há mais desemprego, mais fome e moradores de rua. Se a gente consegue garantir a liberdade de Lula, certamente ele ganhará porque nós não temos a menor dúvida do que é melhor para o Brasil”.

[Via CUT]