O secretário geral da CUT fala sobre a divulgação da Plataforma da CUT para as Eleições de 2010 e explica a estratégia de diálogo com a sociedade













Nos dias 28 e 29 de julho, a Central Única dos Trabalhadores promoveu mais um encontro da direção em São Paulo para discutir a conjuntura nacional, com destaque para as eleições 2010.

Durante os debates, os dirigentes falaram sobre a divulgação da Plataforma da CUT para as Eleições de 2010  e a estratégia de comunicação para dialogar com a sociedade.

Em entrevista ao Portal Mundo do Trabalho, o secretário geral da CUT, Quintino Severo, faz um balanço desse encontro e aponta as ações da central para o próximo período.

O que você destaca desse recente encontro da direção nacional da CUT?

Primeiro, a CUT vai dar continuidade à ação sindical, reforçando a luta pelo fim do fator previdenciário, a mobilização para que a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais entre no Congresso Nacional e defenderá a manutenção da valorização do salário mínimo, já que após o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, em 2009, ter apresentado índice de crescimento zero, a questão volta à mesa de negociação. Isso também interfere nas campanhas salariais, que exigirão muito mobilização da nossa base. Ao mesmo tempo, estaremos nas ruas e nos locais de trabalho apresentando as propostas da Plataforma da Classe Trabalhadora e mostrando aos nossos companheiros quais candidatos possuem programas que levam em consideração os interesses dos trabalhadores.

A Plataforma é documento destinado exclusivamente para as eleições?

A Plataforma é um instrumento que vai além do período eleitoral, não serve apenas para as eleições. Nesse momento em que se apresentam candidaturas com projetos completamente distintos, claro que tem uma importâeu ncia maior nessa reflexão, mas se estenderá para além desse período porque é um instrumento democrático que utilizaremos para cobrar o governo eleito.

Como tem sido a receptividade à Plataforma da CUT?

A receptividade tem sido muito positiva. Já lançamos em Brasília, no Rio de Janeiro e onde estivemos para apresentá-la aos candidatos e para a sociedade sempre fizemos bons debates porque ela é muito completa e aborda todos os temas nacionais, assim como os temas mais imediatos do cotidiano dos trabalhadores. Com ela mostramos o modelo de desenvolvimento que queremos para o Brasil, que leve em conta a valorização do trabalho, a igualdade, distribuição de renda e inclusão social, além do aprofundamento da democracia com  a participação ativa da sociedade.

No segundo dia de debates, o tema principal foi a divulgação da rede CUT, com novas estratégias de comunicação envolvendo internet, radio, TV e mídias sociais. No cenário atual, como o dirigente sindical deve atuar para levar a informação aos trabalhadores?

A direção nacional encerrou com um grande avanço que foi o anúncio de um plano de comunicação com instrumentos mais atualizados, em sintonia com a realidade do mundo e que permite a participação da sociedade. Isso ajuda a romper um bloqueio, já que sempre formos cerceados e impedidos de falar explicitamente aquilo que pensamos. O dirigente sindical precisa manter o trabalho de base, dialogar e fazer contato permanente com os trabalhadores por meio de assembleias, da organização no local de trabalho, do próprio jornal do sindicato, que deve permanecer como um instrumento do militante. Isso não mudou. Mas, ao mesmo tempo, precisa estar sintonizado com as novas tecnologias para reproduzir as conquistas a milhões de trabalhadores, algo que está contemplado pelos novos instrumentos da rede CUT.

Outros pontos presentes na reunião foram a questão do trabalho decente e do ponto eletrônico. Quais ações a CUT definiu sobre esses dois temas?

A defesa do trabalho decente faz parte de uma ação sindical da CUT que inclui a luta por melhores salários, mais direitos, o combate à terceirização e ao trabalho escravo. O próximo período, em função de obras que teremos para a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 vai exigir que nossa militância esteja ainda mais preparada para discutir contratações em setores como o setor hoteleiro, de serviços ou mesmo temporárias com a garantia de todos os direitos. Em relação ao ponto eletrônico, a CUT é favorável à portaria, porém, é necessário qualificar mais essa medida para que acordos firmados que já dispensem o uso do ponto eletrônico possam ser respeitados e mantidos.