Sindicato quer suspensão da cobrança do déficit do Plano Petros 1 e auditoria das contas

O auditório da Regional São Paulo ficou lotado na tarde da segunda-feira, 25, para receber o ex-ouvidor da Petros e diretor do Unificado, Carlos Cotia, que falou sobre o equacionamento do déficit do Plano Petros 1. O evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook.

Cotia explicou, inicialmente, que o Sindicato discorda da forma como a Petros encaminhou a solução do problema, cobrando o déficit pelo valor máximo permitido por lei. “A legislação estipula uma faixa de valores, queremos que os participantes arquem com o mínimo, mas a Petros aplicou o teto permitido por lei”, explicou Cotia.

Segundo o dirigente, este expediente foi utilizado para “limpar o balanço” da Petrobrás e zerar o passivo como forma de tornar mais atraente a privatização da empresa. Ou seja, querem facilitar a venda às custas dos participantes.

Outro problema apontado por Cotia é em relação ao valor que está sendo cobrado, na ordem de R$ 27 bilhões. Esse valor incluí cálculos de 2017, que ainda nem foram auditados e não estão no balanço (novamente, a lógica da privatização).

Ele informou, ainda, que estão em curso diversas ações jurídicas – três pela FUP e uma pelo Unificado, além de várias de outros sindicatos fupistas – questionando tais valores, exigindo a suspensão da cobrança e a responsabilidade da patrocinadora.

“Há uma série de questões que são estruturais do plano e devem ser corrigidas, disso não temos como fugir, mas existem outros pontos que são de responsabilidade exclusiva da patrocinadora e não cabe a nós, participantes”, afirmou, citando como exemplo o teto operacional, que foi gerado por uma confusão administrativa em 1995.

Em resumo, pode se destacar alguns pontos essenciais deste debate:

– O movimento sindical não concorda com os valores apresentados, pois alguns são originários de problemas da patrocinadora e não do plano.

– Ação judicial do Sindicato exige a suspensão da cobrança e a auditoria dos valores apresentados pela Petros.

– O Sindicato reivindica, ainda, que a cobrança (da parte que cabe efetivamente aos participantes) seja feita pelo piso (menor valor estipulado em lei) para que o participante possa organizar melhor sua vida financeira e haja mais tempo para o fundo de pensão se recuperar, quando a economia voltar a crescer e ativos que derem prejuízos, como as ações de algumas grandes companhias voltem a se valorizar. 

Por fim, Cotia alertou que ninguém deve entrar com ação individual, nem dar ouvidos a escritórios de advocacia que sempre aparecem nessas horas.    

Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo