Evento marca 21 anos de Lei da Anistia e 50 anos do Sindiquímica

Sindiquímica-BA

Junto com o Grupo Tortura Nunca Mais e o Comitê Baiano pela Verdade, o Sindicato de Químicos da Bahia (Sindiquímica) promoverá o ato político com o tema “A luta dos petroquímicos baianos pela anistia”. O evento acontece nesta sexta-feira, dia 12, a partir das 8h30, no Hotel Sol Victoria Marina, no Corredor da Vitória, em Salvador. Essa atividade antecipa os eventos comemorativos dos 50 anos de funcionamento do Sindiquímica, que acontecerá no dia 15 de abril.

O Governador Jaques Wagner, que já foi diretor do Sindiquímica, estará presente à solenidade, na mesa de abertura dos trabalhos. Foram convidados também outros ex-diretores do sindicato, a exemplo, dos secretários estaduais da Casa Civil e do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, respectivamente, Rui Costa e Moema Gramacho; o ex-secretário da Fazenda, Carlos Martins; além do presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão. Pelo Grupo Tortura Nunca Mais, Diva Santana e Joviniano Neto pelo Comitê Baiano Pela Verdade, além de parlamentares e anistiados políticos. Durante a programação, serão exibidos os vídeos “Anistia” e Luta e Resistência. Esse último narra os acontecimentos da greve de 1985, no Polo, e os problemas enfrentados pelos demitidos após o movimento.  

Meio século de lutas e conquistas não poderia ficar parado na história – ao contrário, esse marco revive no empenho diário do Sindiquímica em garantir direitos à classe trabalhadora desde as suas origens, quando foi criada Associação dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Aspetro), em 1963. Um ano mais tarde, a violenta repressão que se seguiu ao golpe militar perseguiu os dirigentes da Aspetro e interrompeu a possibilidade de obter a carta sindical que a transformaria em Sindiquímica. De 1964 a 1972, três juntas interventoras se sucederam na direção da Aspetro e alguns dos seus dirigentes acabaram presos. A carta sindical do Sindiquímica foi obtida em 1978.

 Desde então, o Sindiquímica tem enfrentado momentos difíceis, a exemplo da histórica greve de 1985 quando, pela primeira vez, trabalhadores paralisaram as atividades de um complexo petroquímico – o Polo de Camaçari.

A greve foi iniciada no dia 29 de agosto até meados do mês de setembro de 1985, com duração de 16 dias. Apesar de pacífica, a greve foi violentamente reprimida. Tropas da Polícia Militar ocuparam as fábricas e espalharam o terror entre os trabalhadores. O movimento foi julgado legal pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, mesmo assim, 171 trabalhadores foram demitidos por justa causa, e o pior: não conseguiram emprego em nenhuma outra empresa do setor.  

Em 1992,os trabalhadores recorreram na Justiça para serem restituídos e compensados pela União devido aos danos materiais e humanos que tiveram. A Comissão da Verdade, por meio das Caravanas da Anistia – formada por advogados responsáveis por requerer nos processos as reparações de perdas que envolvem os companheiros perseguidos – já anistiou a maioria dos demitidos. São 165 processos deferidos.

Esse número indica que as batalhas travadas tiveram êxito. Por isso, os 50 anos do Sindiquímica-BA traz no evento “A luta dos petroquímicos baianos pela anistia” os registros desses fatos do passado que hoje justificam os atuais objetivos, missões e valores da luta sindical. Outras atividades estão sendo programadas até o final do mês de abril, a exemplo, de um ato comemorativo no Polo de Camaçari.

Mais informações, com o diretor do Sindiquímica, José Pinheiro, pelo telefone: (71) 8897-3305.