Trabalhadores da Replan atrasam expediente durante mobilização em defesa da Petrobras

 

A jornada de trabalho começou uma hora e meia mais tarde hoje (13.03), na Replan, em Paulínia. O Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) promoveu um atraso na entrada dos funcionários, no turno das 7h30, para a realização de um ato em defesa da Petrobrás, dos direitos da classe trabalhadora e da reforma política. Agora a pouco, dezenas de petroleiros da região seguiram para a grande mobilização em São Paulo, que será realizada, a partir das 15h, na frente do prédio da Petrobrás, na Avenida Paulista. O Sindicato disponibilizou um ônibus para levar os trabalhadores.

A paralisação na Replan teve a adesão aproximada de 50% dos trabalhadores próprios, que entrariam no turno da manhã. Dos cerca de 440 funcionários contratados, dos setores operacional e administrativo, que iniciariam o expediente às 7h30 de hoje, 220 não entraram na empresa. A refinaria possui um total de 1,1 mil trabalhadores concursados e, desde a semana passada, os diretores têm realizado pequenas paradas no início dos turnos para explicar aos petroleiros os motivos do ato nacional e convidá-los a participarem de mais esse dia de luta.

Movimentação

A movimentação em frente à portaria principal de acesso à Replan (Sul) começou por volta das 7h de hoje, com a chegada dos ônibus dos terceirizados. A direção do Sindicato distribuiu o jornal “Brasil de Fato, especial sobre a Petrobrás, mas não impediu os trabalhadores de entrarem na refinaria. Às 7h15 começaram a chegar os fretados do pessoal da operação. A adesão dos operadores foi de 100% (cerca de 70 trabalhadores). Todos os funcionários desceram dos ônibus, sem resistência, mas muitos da área administrativa entraram na empresa.

Quem ficou do lado de fora pode ouvir os esclarecimentos dos diretores Arthur Bob Ragusa e Itamar Sanches sobre o delicado momento enfrentado pelos petroleiros, a Operação Lava Jato e os interesses que estão em jogo nos ataques à Petrobrás. “O principal interesse da grande mídia e da oposição é privatizar a Petrobrás e isso nós, petroleiros, não vamos permitir. Temos que defender nossa empresa, sair para as ruas, fazer o enfrentamento e impedir o golpismo”, afirmou Bob.

Bandeiras da mobilização

O ato nacional, convocado pela CUT, e que conta com manifestações em todo o país, tem três bandeiras principais. Uma delas é a defesa da Petrobrás. O coordenador da FUP, José Maria Rangel, afirma que é urgente lutarmos pela defesa da soberania nacional e do emprego dos petroleiros, além do controle das reservas.

Outro ponto de destaque é o fim das Medidas Provisórias (MP´s) 664 e 665, que alteram direitos da classe trabalhadora. Essas medidas apresentam novas regras para pensões por morte e acesso a benefícios previdenciários, como o seguro desemprego, o auxílio-doença e o abono salarial. No lugar delas, o que se propõe é a taxação de grandes fortunas.

O movimento também reivindica o Plebiscito sobre a Constituinte Exclusiva e Soberana para a Reforma do Sistema Político, que pretende combater a corrupção, além de permitir, por exemplo, que haja financiamento público de campanha eleitoral e uma maior representação democrática de mulheres, negros, indígenas e minorias no Congresso.

Fonte: Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo