Pressão da FUP faz Petrobrás garantir pagamento emergencial diretamente aos trabalhadores da LCD

Mobilização dos trabalhadores da LCD no terminal de Cabiúnas, em Macaé

A grave situação que afeta os trabalhadores da LCD não é um caso isolado. O calote, a precarização das condições de trabalho e o risco cada vez maior de acidentes fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores que prestam serviço no Sistema Petrobrás. As entidades sindicais exigem que as propostas apresentadas para uma nova política de contratação sejam implementadas o quanto antes

[Da comunicação da FUP]

Com salários atrasados há mais de um mês e sem a garantia de seus direitos trabalhistas, os trabalhadores e as trabalhadoras da LCD Engenharia seguem mobilizados, realizando paralisações em diversas refinarias e outras plantas do Sistema Petrobrás. A estatal tem contratos com a empresa nas áreas de construção civil, montagem, caldeiraria e projetos em unidades do Espírito Santo, do Norte Fluminense, do Rio Grande do Sul, do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais, entre outras regiões do país.

Os sindicatos petroleiros têm se solidarizado com esses trabalhadores, apoiando as mobilizações e cobrando da Petrobrás uma solução para o problema. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, a LCD enfrenta graves dificuldades financeiras e estaria, inclusive, em processo de quebra, com negociações em andamento com um grupo interessado em assumir a empresa.

Em resposta às cobranças da FUP e de seus sindicatos, a Petrobrás informou no dia 17 de junho que “houve a interrupção da prestação de serviços pela empresa LCD e que realiza diligenciamento junto a empresa para o cumprimento das obrigações legais e contratuais”. A estatal afirmou ainda que fez um acordo com a LCD para “viabilizar o pagamento dos empregados da contratada”.

Carta_RH-RS_099-2025_-_FUP_-_Empresa_LCD.docx

Em tratativas com a FUP, a Petrobrás se comprometeu a garantir o pagamento dos salários a todos os trabalhadores e trabalhadoras da LCD. Os pagamentos estão sendo feitos diretamente pela estatal, de forma gradativa. “Recebemos, do RH da Petrobrás, em nome da gestão da empresa, o comunicado de que a estatal assumirá esses pagamentos enquanto tomadora de serviço, como contratante da LCD, até que a situação seja regularizada”, informou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

A grave situação que afeta os trabalhadores da LCD não é um caso isolado. O calote, a precarização das condições de trabalho e o risco cada vez maior de acidentes fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores que prestam serviço no Sistema Petrobrás. No final de semana, mais um petroleiro contratado morreu em acidente de trabalho, desta vez na Replan, maior refinaria do país.

A política de contratação da estatal, como a FUP e os sindicatos cobram há anos, precisa ser revista o quanto antes. Em fevereiro deste ano, as entidades sindicais, junto com gestores da Petrobrás e subsidiárias, debateram propostas de mudanças estruturantes no atual modelo de contratação de prestadores de serviço, como fiscalização de contratos, garantia de condições dignas de trabalho, saúde e segurança e respeito aos direitos humanos. Já passou da hora da diretoria da empresa colocar em prática o que foi discutido com os representantes da categoria.

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