Enquanto o mercado vai administrando a crise internacional do capital, se valendo, sobretudo, dos recursos do Estado…
Imprensa da FUP
Enquanto o mercado vai administrando a crise internacional do capital, se valendo, sobretudo, dos recursos do Estado, sob a justificativa de uma pseudo regulação, as petrolíferas privadas estão com o apetite cada vez mais voraz, de olho no filé mignon do pré-sal. A pressão e o lobby se acirram em Brasília, assim como nos corredores da Petrobrás, enquanto a proposta do grupo interministerial sobre uma nova legislação para o setor petróleo aguarda avaliação do governo. A mídia, enquanto isso, segue alimentando e defendendo os interesses do setor privado. As notícias, artigos e notas que brotam das redações, estão sempre embaladas pela mesma linha editorial: nada de protecionismo ou capitalização da Petrobrás, tudo de petróleo para as multinacionais.
O escândalo da OGX
Se depender de Eike Batista, as reservas do pré-sal já têm destino certo: sua empresa OGX – Petróleo e Gás Participações é comandada por ex-diretores e ex-gerentes da Petrobrás que carregaram com eles informações privilegiadas sobre áreas de Exploração e Produção do Brasil e do exterior. Rodolfo Landim e Paulo Mendonça, ex-diretores da Petrobrás e hoje, respectivamente, presidente e diretor de Operações da OGX, têm na linha de frente do E&P sete ex-gerentes e dois ex-consultores da estatal. Não por acaso, a empresa de Eike Batista transformou-se da noite para o dia numa das principais concorrentes da Petrobrás no Brasil.
Tráfico de informações
Também não foi à toa, que a OGX arrematou em 2007, na 9ª Rodada de Licitações da ANP, 21 blocos em áreas potencialmente produtoras, algumas localizadas na franja do pré-sal. A própria empresa estima que estas reservas contenham em média 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). “Os Recursos Potenciais Riscados da OGX consideram uma probabilidade média de sucesso de 27%. No entanto, a equipe de exploração da Companhia, enquanto atuava na Petrobras, obteve um índice médio de sucesso de 53% nos últimos quatro anos”, informa a OGX em seu portal na internet voltado para os investidores
Vale tudo por dinheiro
Movidos a bônus e salários faraônicos, bancados por investimentos duvidosos (Eike Batista, filho do ex-ministro da ditadura Elieser Batista, está sendo investigado pela Polícia Federal por denúncias de irregularidades em licitações), os ex-diretores, ex-gerentes e ex-consultores da Petrobrás se capitalizam às custas de informações privilegiadas e conhecimentos estratégicos adquiridos ao longo do período em que ocupavam cargos de confiança na estatal.
Deixando de lado a questão ética e a responsabilidade civil no que diz respeito ao tráfico de informações, estes profissionais sabem muito bem o peso econômico da OGX, Shell, Esso e tantas outras multinacionais no vale tudo da disputa pelo pré-sal.
Garantir a soberania
Se quisermos alterar esta correlação de forças, temos que correr atrás para garantir que o petróleo e gás brasileiros sejam explorados pela Petrobrás e utilizados em benefício do povo brasileiro. Por isso, a FUP e seus sindicatos estão realizando uma ampla campanha de coleta de assinaturas para apresentar ao congresso nacional um projeto de lei de iniciativa popular que garanta o controle estatal e social sobre as reservas brasileiras.
Participe e divulgue esta campanha, acessando o portal www.presal.org.br