Treze anos após afundamento da P-36, segurança continua no topo da pauta dos petroleiros

FUP

Há 13 anos, no dia 15 de março de 2001, a P-36, na época a maior plataforma da Petrobrás, afundou, após uma sequência de explosões, que resultaram na morte de 11 trabalhadores. Desde então, esse acidente tornou-se um divisor de águas na luta do movimento sindical fupista por condições seguras de trabalho, não só no Sistema Petrobrás, como em toda a indústria de petróleo do Brasil.

Importantes conquistas foram garantidas na luta diária da FUP e de seus sindicatos em defesa da vida. Até então, todo e qualquer acidente de trabalho era taxado pelos gestores como falha humana. Ou seja, além de adoecer, ser mutilado e muitas vezes morrer, o trabalhador ainda era considerado culpado por isso. Após greve e outras ações sindicais, a FUP e o Sindipetro-NF conquistaram o direito de participarem das comissões de investigação dos acidentes, incluindo o da P-36. De lá para cá, essa luta se intensificou, garantindo o embarque de representações sindicais nas plataformas para acompanhar as reuniões de CIPAs, bem como as inspeções de órgãos fiscalizadores.

A luta por segurança, no entanto, continua no topo da agenda sindical e da pauta de reivindicações dos petroleiros. Essa é uma luta diária, como atesta o diretor de SMS da FUP e coordenador do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, em artigo divulgado essa semana. O texto pode ser acessado aqui.

Casos como o da plataforma SS-53, da multinacional Noble, que adernou 3,5 graus na madrugada do último dia 28, na Bacia de Campos, reforçam que, mais de uma década após o acidente com a P-36, as empresas do setor continuam negligenciando a segurança. A SS-53 foi interditada e 79 petroleiros que estavam a bordo tiveram que desembarcar.  "A Petrobrás anunciou que pretende atingir a produção de quatro milhões de barris diários em 2020, que é o dobro do que produzimos hoje, e o que vemos é que os órgãos fiscalizadores não têm a mesma perspectiva de melhorar suas condições de fiscalização das plataformas e embarcações", revela Zé Maria, ressaltando que “a luta pela vida é dever de todos”.