Trabalhadores terceirizados da Revap rejeitam acordo e cobram reajuste de 13% e PLR de R$ 6 mil

Fotos: Divulgação/Sintricom

Trabalhadores das empresas terceirizadas que prestam serviço de manutenção para a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos, rejeitaram na quarta-feira, 04, a proposta das empresas para o Acordo Coletivo de 2022, que tentava retirar direitos conquistados.

Durante a assembleia realizada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, do Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte (Sintricom/CUT)Marcelo Rodolfo da Costa e pelo vice-presidente da Feticom, Gilmar Guilhen, na portaria P4 da Revap, foi aprovada em votação uma contraproposta que reivindica reajuste salarial de 13%, a partir de 1º de maio, data-base da categoria.

Também será levada à mesa de negociações, a exigência do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados de R$ 6 mil, ajuda de custo mensal de R$ 1.000,00 e a manutenção de todas as demais cláusulas sociais, como o direito a convênio médico para os trabalhadores e familiares e, econômicas aprovadas no acordo 2021.

Sintricom

Nenhum Direito A Menos

Além do reajuste abaixo da previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período, que deve fechar em torno de 12%, congelamento dos valores pagos a título de PLR e ajuda de custo, a proposta das empresas queria também alterar as regras para o pagamento desses benefícios, prejudicando os trabalhadores que virem a ter faltas justificadas.

A inclusão de cargos e funções na tabela salarial é também um das reivindicações que estão sendo negociadas com as empresas.

“Nós não vamos permitir a retirada de nenhum direito. Vamos voltar à mesa fortalecidos, que não vai ter nenhum patrão querendo fazer manobra junto com a Petrobrás para dificultar o nosso movimento, nossa unidade, a nossa perseverança de brigar. Vamos continuar na luta para garantirmos um acordo decente, que garanta reajuste em todas as cláusulas econômicas”, disse o presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa.

Parada de Manutenção

Atualmente, além dos mais de 800 trabalhadores que exercem diversas funções na manutenção de rotina, o efetivo deve ultrapassar mais de 2 mil trabalhadores durante as atividades na Parada de Manutenção, que terá início no próximo dia 6 de maio (sábado).

Durante a Parada de Manutenção, prevista para durar cerca de 45 dias, toda a produção na Refinaria é interrompida para que sejam feitos serviços de manutenção e reparos nos equipamentos. Após esse período, inicia-se a pós-parada que é a retomada gradual da produção na Revap, com duração de aproximadamente mais 45 dias.

Além do Acordo Coletivo para os trabalhadores em contratos de manutenção de rotina, o Sintricom também fechou um acordo específico que abrange os trabalhadores em contratos de Parada, que terão direito a Participação dos Lucros e Resultados (PLR) R$ 1.500,00 e abono indenizatório referente 300 horas para cada trabalhador, que durante o período da Parada (6 de maio até 22 de julho de 2022 trabalharem no mínimo 15 dias).

Aos trabalhadores da Parada também estarão garantidos a mesma tabela de cargos e salários aprovada no acordo coletivo da manutenção de rotina, bem como os valores pagos como ajuda de custo mensal.

Unidade Sindical

A assembleia realizada na quarta (4) contou com o apoio da Coordenação da CUT Vale do Paraíba e Litoral Norte, representada pelo seu coordenador, Zé Carlos dos Condutores e de vários sindicatos cutistas: Sindicato dos Papeleiros de Jacareí, Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba e Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Jacareí (STIC Mob).

A participação do presidente do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (Sindipetro-SJC), Rafael de Paula Prado Alvarelli e dos diretores do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), Marcelo da Silva e Valdemar Barbosa do Amaral reforçou a importância da unidade entre os dirigentes e trabalhadores terceirizados com os petroleiros para o fortalecimento das negociações.

[Por Alessandra Jorge, do Sintricom]