Trabalhadores sofrem queimaduras em acidente no Coque da Regap

 

Sindipetro-MG

Infelizmente, mais dois trabalhadores sentiram na pele as consequências da falta de segurança no Sistema Petrobrás. Na tarde da segunda-feira, dia 15, os operadores foram inspecionar uma linha do reator que estava parado. Como acumulou vapor na saída da tubulação (o que dificulta a inspeção) eles utilizaram a mangueira de ar para dissipá-lo. Ao colocar a mangueira na tubulação, houve uma projeção do condensado, atingindo os operadores na região da cintura. Ambos sofreram queimaduras e receberam os primeiros socorros no posto médico da refinaria. O que teve queimaduras leves foi liberado em seguida. Já o outro, que teve queimaduras de primeiro e segundo grau, foi encaminhado para o hospital.
 
A ação dos trabalhadores evitou uma tragédia maior, pois se o condensado tivesse sido projetado no momento em que avaliavam a tubulação, ambos estariam com o rosto na linha de frente da saída, fato que poderia ter causado queimaduras piores e até mesmo levado-os à morte.
 
O ano mal começou, e este é mais um acidente da série de sinistros que não param de ocorrer na Regap. No início de janeiro, a obstrução dos drenos na unidade do Secra levou ao derramamento de óleo superaquecido, que começou a fritar o chão e vaporizar. Foram realizadas diversas manobras, inclusive envolvendo vários operadores. Mesmo assim, não foi possível estancar o produto e a unidade foi parada para evitar um grave acidente. Depois foi o vaso de grandes dimensões que caiu da carreta em que estava sendo transportado. O acidente, que aconteceu no dia 06 de fevereiro, por pouco não provocou uma tragédia.
 
Já em março, mais precisamente no dia 11, um contrapeso despencou da carreta e caiu no passeio rente a tubovia, local onde passa produtos altamente perigosos com risco de explosão. Em abril, na terça-feira dia 02, durante o procedimento de descarte de dissulfeto no Coque, houve vazamento do produto em forma de jato que atingiu o técnico de operação. Agora, dois trabalhadores sofrem queimaduras e por pouco perdem a vida. Quem está na unidade é o peão, e a ele não está sendo dada nenhuma segurança para executar suas tarefas. Aos trabalhadores lembramos que, o direito de recusa é garantido no Acordo Coletivo de Trabalho. Não se submeta a situações que considere arriscadas. Não coloque sua vida em risco. Faça valer um direito que é seu!
 
O diretor Eduardo Souza Guilherme fará parte da comissão que irá analisar as causas do acidente.