Trabalhadores próprios e terceirizados exigem um basta aos acidentes na Petrobrás

Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida exige um basta aos acidentes e mortes no Sistema Petrobrás…





Imprensa da FUP

Petroleiros próprios e terceirizados protestaram nesta quarta-feira, 06, contra a política de insegurança que tem matado e mutilado trabalhadores no Sistema Petrobrás. Nas refinarias, terminais e demais áreas operacionais da empresa, a categoria atendeu ao chamado da FUP e realizaram manifestações, atos e concentrações, com atrasos no expediente. Foi o Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida, que reuniu trabalhadores próprios e terceirizados nas manifestações organizadas pelos sindicatos de petroleiros, com participação de representações sindicais de outras categorias, como metalúrgicos, construção civil e vigilantes.

Os trabalhadores exigiram um basta aos acidentes que têm consumido a vida de dezenas de companheiros nas unidades do Sistema Petrobrás. Só em setembro, foram quatro acidentes fatais: um na Reman, que matou a operadora Renata Lima Benigno, 26 anos; dois no Complexo de Suape, que mataram o marinheiro de convés Genivaldo José da Silva, 34 anos, e o eletricista Milton José da Silva, 51 anos; e outro no Comperj, que matou o operário Marcos Vinícios Pereira da Silva, 38 anos. Este ano, já chegam a sete os acidentes fatais na Petrobrás, dos quais cinco com trabalhadores terceirizados.

Para exigir um basta a este absurdo, os petroleiros compareceram aos atos convocados pela FUP nesta quarta-feira, 06. Na Reman, em Manaus, o Sindipetro realizou uma manifestação, com centenas de trabalhadores em frente à refinaria, que protestaram contra o acidente que matou a operadora Renata e demais mortes e situações inseguras que atingem a categoria. O ato atrasou em três horas o expediente e contou com a participação de diversos sindicatos da região, entre eles, construção civil, metalúrgicos, vigilantes, asseio e conservação, comerciários, entre outros, assim como representantes da CUT e da CTB.

Na Replan (Paulínia/SP), cerca de 6 mil trabalhadores protestaram contra a insegurança, exigindo mudanças urgentes nas políticas de gestão do SMS e da terceirização. O ato, realizado pelo Sindipetro Unificado-SP, atrasou em duas horas o expediente e contou com participação dos sindicatos dos metalúrgicos e da construção civil. Na Recap (Mauá/SP), também houve manifestação, com participação de cerca de 2.300 trabalhadores próprios e terceirizados que compareceram em massa ao ato realizado na frente da unidade.

Em Pernambuco, os petroleiros atrasaram o expediente e se manifestaram contra a insegurança no Sistema Petrobrás. Houve manifestações no gasoduto de Jaboatão e no Terminal de Suape, onde o sindicato realizou um ato de três horas e cortou a rendição do turno. A mobilização contou com a adesão de 100% dos cerca de 500 trabalhadores de Suape.

Na Bahia, cerca de 1.500 trabalhadores diretos e terceirizados protestaram contra a política de SMS da Petrobrás durante um ato no Conjunto Pituba (sede administrativa da Petrobrás, em Salvador).  Novas manifestações serão realizadas nesta quinta-feira (07) em outras unidades do Sistema Petrobrás na Bahia.  

As manifestações cobrando condições seguras de trabalho para todos os petroleiros foram realizadas também na Regap (Minas Gerais), na Repar (Paraná) e nos terminais de Paranaguá (PR) e Itajaí (Santa Catarina).

A política de insegurança dos gestores da Petrobrás já matou 287 trabalhadores nos últimos 15 anos, sendo que 231 deles eram terceirizados. O acordo conquistado na campanha salarial garantiu a realização de fóruns de debate entre os gestores da Petrobrás e as representações sindicais para tratar das práticas da empresa em relação ao SMS e à responsabilidade social.   A FUP solicitou uma reunião urgente com o SMS da empresa para discutir a construção do fórum, cobrar explicações em relação aos acidentes recentes, assim como ações contundentes para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores.